O Brasil precisa enfrentar os desafios do turismo

???????Por Toni Sando, presidente executivo do Visite São Paulo e presidente da Unedestinos (Eric Ribeiro/M&E)

O Brasil precisa enfrentar os desafios do turismo

Ninguém duvida que o Brasil é um País com imenso potencial e riqueza, destacando-se por sua deslumbrante beleza natural, cultura vibrante e diversidade única, qualidades que o posicionam como um dos principais destinos globais para lazer e negócios.

Com serviços de alta qualidade, que incluem hotéis, parques, atrativos culturais, uma gastronomia internacionalmente reconhecida, além de infraestrutura para eventos de qualquer tamanho, o Brasil tem muito a oferecer para viajantes de todo o mundo, inclusive para os próprios brasileiros.

Um player de importância para o turismo brasileiro é a Embratur, que, com sua ativa atuação internacional, se apresenta, de nosso ponto de vista empresarial, como a agência mais qualificada para promover o turismo doméstico.

Vale lembrar também que, em janeiro deste ano, quase um milhão de pessoas visitaram o País, evidenciando sua capacidade e seu potencial para se destacar no cenário internacional. Mesmo diante dos desafios, essa cifra reafirma a extraordinária capacidade do Brasil de atrair visitantes, gerando emprego, renda e investimentos.

Entretanto, para alcançar plenamente seu potencial, enfrentamos surpresas e novos desafios a cada dia.

Somente com muito debate, dados e fatos e uma política de Estado, o Brasil poderá superar os obstáculos que impedem seu crescimento.

Em meio à recuperação, pagamento de dívidas e investimentos em equipamentos, que, consequentemente, impactam na geração de novos empregos, estamos debatendo novamente com o Parlamento e o Executivo a manutenção do Perse – Programa Emergencial de Recuperação do Setor de Eventos.

Além disso, a volta da obrigatoriedade de visto para viajantes de países que são grandes emissores de turistas e a inclusão da exigência para comissários e pilotos criam mais obstáculos e incertezas.

Isso sem contar todos os esforços da segunda fase da reforma tributária, para definição das alíquotas que não são cobradas em alguns países para fomentar a economia local.

Em casos mais pontuais, como São Paulo, a capital que abriga as maiores feiras e eventos do País, um programa de “descomplica eventos” agilizaria e atrairia novos players.

Já está mais do que na hora de o Brasil implementar práticas internacionais que facilitem a vida dos empresários e promovam o desenvolvimento de um destino, o incentivo a reformas e novos hotéis, facilidades para atividades náuticas, combustível para as companhias aéreas, obtenção de alvarás, entre outras.

É fundamental haver um compromisso contínuo com políticas públicas estáveis e previsíveis, que gerem confiança para os interessados e incentivem o investimento local, crucial para o crescimento do setor. A segurança jurídica é um pilar para a atração de novos players e para garantir previsibilidade aos empresários, permitindo que planejem seus fluxos de caixa sem surpresas e, dessa forma, contribuam para o desenvolvimento econômico sustentável.

Com uma estratégia focada e o envolvimento de entidades setoriais, mercadológicas e sindicais atuando em pautas convergentes nos Parlamentos e nos Executivos federal, estadual e municipal, o País poderá superar esses desafios e consolidar sua posição como uma potência global para o turismo e eventos.

O Brasil não é um país do futuro; é um país do presente e temos pressa de gerar oportunidades e empregos.

A chave é atuar na infraestrutura, desburocratizar processos e, paralelamente, estimular o brasileiro a conhecer seu País e promover as maravilhas do Brasil nas prateleiras internacionais.

(*) Toni Sando é presidente da UNEDESTINOS – União dos Conventions & Visitors Bureaus e Entidades de Destinos, presidente executivo do SP Convention & Visitors Bureau e membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo.

Por Ultima Hora em 05/03/2024
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