O Capitão desafia Generais

O Capitão desafia Generais

Antigo aliado de Bolsonaro, o general, Paulo Chagas, disse que o comandante do Exército, Paulo Sergio Nogueira de Oliveira, Bolsonaro e Pazuello “estão colaborando para a desmoralização da instituição”. O General ainda afirmou “Lamento a decisão. Está aberto o precedente para que a política entre nos quartéis. A disciplina está ameaçada”.

Gen. Paulo Chagas 

Em nota, o Comando do Exército informou que não houve transgressão ao regimento interno da instituição. O regimento do Exército, no entanto, proíbe claramente a participação de qualquer oficial da Força em eventos políticos de qualquer natureza, sob risco de sofrer punições que variam de advertência à prisão.

Bolsonaro além de proibir praticamente a punição a Pazullo nomeou ele a secretário de Assuntos Estratégicos. Com essa nomeação, Bolsonaro deixou ainda mais claro que não aceitaria nenhuma advertência ao seu ex-ministro da Saúde, desafiando Oficiais de alta patente que se posicionam contra não punição de Pazuello, disse que ele era o chefe do Exército e que não aceitaria ter seu poder posto em xeque e criou nova crise no meio militar.

Para piorar a situação militantes Bolsonaristas, passaram a perseguir generais como Chagas e Santos Cruz, que criticaram a decisão de não punir militares que participem de atos políticos, por outro lado diversos oficiais saíram em defesa dos generais Cruz e Chagas, entre eles o Cel. Inf/74 Walter Felix Cardoso Junior, que publicou em sua rede social:

“Uma resposta ao ataque contra Cruz e Chagas

Não conheço pessoalmente o Coronel Cláudio Duarte, mas leio o que dele me aparece na tela, e respeito a sua habilidade com as letras.

 No seu último texto, ele exerceu o direito de contestar a dura manifestação do Gen. Santos Cruz contra o infeliz episódio do desfile de motos com discurso político do Gen. Pazuello, contrariando os regulamentos militares.

Cláudio faz também uma crítica às posições antagônicas ao governo, e cita o Gen. Paulo Chagas, outro personagem importante do momento.

Para mim, o seu conteúdo tem coerência apenas relativa. Até acredito na sinceridade do autor, porquanto ele pode ter razão em algumas das suas colocações.

Escrever e postar se tornou um negócio perigoso na atualidade, considerando a amplitude da difusão e a profundidade das repercussões na Internet, o que costuma dar vazão a acusações injustas e desonrosas.

Contudo, o certo é o certo e o errado é o errado. Não dá pra isentar o Presidente e nem Pazuello de tamanha empreitada eleitoreira.

Fazer apear JB, como deseja Santos Cruz, e muitos de nós, não tem nada de fácil, e dá chance para velhos amigos se tornarem não amigos e, quiça, inimigos.

 O bolsonarismo inebria. Basta analisar o fanatismo da maioria dos seus seguidores, e refletir sobre as recentes e significativas manifestações presenciais, eivadas de ufanismo. Pensem na agressividade com que eles se manifestam nas redes sociais.

Precisamos defender do linchamento virtual gente como Santos Cruz e Paulo Chagas. Eles são importantes valores humanos que têm a coragem de mostrar a cara e se posicionar firmemente contra as asneiras e os cíclicos mal feitos dos Bolsonaros.

Santos Cruz exerce no momento um papel singular, do militar livre-pensador, que hasteia claramente a bandeira da opção ideológica de centro, apoiando a candidatura de alguém honrado e que cumpra um ideário responsável para as eleições presidenciais de 2022.

O ideário defendido por Santos Cruz, e por tantos outros, tem como ponto de partida a realização daquilo que JB prometeu durante a última campanha, mas não fez, nos enganando a todos, em benefício de interesses inconfessáveis, muitos deles estritamente pessoais.

Cruz e Chagas estão plantando uma semente para a retomada de um Brasil solidário, longe da esquerda e da direita inconsequentes, e cabe a todos nós não fugirmos do óbvio, de que precisamos de um presidente melhor. Nos preocupa o quadro conjuntural atual, decorrente de más decisões e ações de um governo de Presidente imprevisível e controverso.

Com Forças Armadas que se mostram flexíveis à pressão, com o topo do Ministério Público dominado, com o fisiologismo imperando no Congresso, com a Corte Suprema operando sob o ativismo judicial, com os meios de comunicação quase que completamente subordinados aos interesses econômicos, com o combate à corrupção governamental literalmente asfixiado, com o extremismo reinando nas redes sociais, com a pandemia seguindo ainda descontrolada, e com os instrumentos de defesa da democracia bastante desalinhados, estamos deixando a sociedade desalentada e sem opções.

Temos que dar uma chance os corajosos e patriotas sérios que divergem do establishment e que trabalham por um Brasil mais justo e com paz social”.

Leia ainda: Seguindo receita soviética, Bolsonaro prepara exibição de tanques em frente ao Planalto

Bolsonaro não quer Exército nos quartéis

6300 militares da ativa e da reserva em cargos civis no governo

Militares são o maior custo da Previdência

Diante dos fatos, só podemos concluir que tudo isso poderia ter sido evitado, como já dizia Rui Barbosa dizia “A justiça, cega para um dos dois lados, já não é justiça”. O que Bolsonaro quer mostrar?

Capitão nunca vai ser superior a general na hierarquia, e parece que Bolsonaro tem alguma íntima frustração em não ter tido ascesão na carreira militar, e deve procurar um psiquiatra, pois nem o governo militar expôs tanto assim o exército brasileiro desnecessariamente, esquecendo o velho jargão ‘As pessoas passam, as instituições ficam’. É preciso que todas as instituições democráticas e todos os militares comprometidos, continue lutando para garantir que o Exército Brasileiro não se torne o braço armado de um governo com pouco apreço à democracia.

Leia Também:

Corrupção: Fraude em licitações das Forças Armadas no Rio de Janeiro para beneficiar ex-militares

Escola “SEM PARTIDO” e Exército “COM PARTIDO”

O Capitão desafia Generais

Da Redação / Imagens: Internet

Por Ultima Hora em 06/06/2021
Publicidade
Aguarde..