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No inebriante frenesi das eleições municipais, uma figura curiosa emergiu das sombras políticas: o poste. Não um poste qualquer, mas aquele que se tornou símbolo da promessa desesperada dos ex-prefeitos em provar sua relevância política após deixarem o poder. Este fenômeno bizarro, conhecido como "eleger postes", tem sido tema de acalorados debates nas mídias sociais e rodas políticas, transformando antigos líderes em verdadeiros papagaios de piratas, ávidos por qualquer palanque que lhes garanta visibilidade.
Os futuros ex-alcaides, cujos mandatos está no final, foram marcados por obras inacabadas e promessas mirabolantes, agora encontram-se em uma encruzilhada existencial. Armados com sorrisos colados e abraços estratégicos, posam em fotos que poderiam rivalizar com um álbum de família, se não fosse pela presença incongruente de postes como seus principais parceiros de campanha. Esses postes, inertes por natureza, tornaram-se os portadores silenciosos das esperanças reerguidas dos políticos desesperados.
Em um espetáculo tragicômico, vemos os ex-mandatários prometendo revirar os céus e a terra, jurando corrigir os erros de suas gestões passadas. Com uma retórica afiada, eles prometem transformar o desalento em prosperidade, enquanto apontam para os postes como símbolos de renovação e mudança. Como se o destino de cidades inteiras dependesse da eleição de um objeto inanimado, eles entoam, com fervor digno de um sambista, que " a vida vai melhorar, será".
A ironia não se limita apenas ao cenário político. Os postes, sem voz própria, tornam-se testemunhas mudas de um teatro onde a realidade se confunde com a ficção. São agora os protagonistas involuntários de uma comédia humana, onde ex-líderes se agarram a qualquer resquício de popularidade para manter viva a chama da relevância pública. Em suas mãos, esses postes são transformados em símbolos de uma política desgastada, onde a promessa excede em muito a realização.
À medida que os dias de eleição se aproximam, resta-nos contemplar este espetáculo de absurdo político com um misto de fascínio e desalento. Os postes, impassíveis, aguardam silenciosamente o desfecho de sua improvável ascensão ao poder simbólico. Enquanto isso, os ex-prefeitos continuam sua dança desesperada, cantando a mesma melodia de esperança e promessa, na vã tentativa de reescreverem seus legados e recuperarem o que um dia perderam.
Portanto, que o circo eleitoral prossiga, com seus protagonistas improváveis e seus enredos repletos de tragédia e comédia. Pois neste mundo onde os postes têm voz, e os ex-prefeitos se tornam papagaios de piratas, a única certeza é que a política continuará a nos surpreender, tanto pela sua amargura quanto pelo seu absurdo.
Por: Arinos Monge.
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