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O campo bolsonarista se fez presente nas redes e pautou o debate sobre Jair Bolsonaro durante as manifestações do dia 16/03. No domingo, 72% das interações vieram de atores bolsonaristas, bem acima dos 17% em atores de imprensa, 9% no campo antibolsonarista e 2% de não-polarizados. Ao analisarmos os números, é possível apontar que o bolsonarismo foi eficiente em manter coesa a sua própria base, todavia, sem qualquer indício de caráter viral e/ou aproximação de outros agrupamentos via pauta da anistia.
Porém uma espécie de “efeito rebote” da manifestação bolsonarista ocorreu nas redes no dia 17/03: o bolsonarismo registrou uma queda considerável ao analisarmos o volume de interações em cada cluster. Analisando exclusivamente publicações que citaram Bolsonaro no período, o cluster bolsonarista representou “apenas” 38% das interações (bem abaixo da média dos meses anteriores entre 65% e 70%). A queda está correlacionada ao aumento do antibolsonarismo (30%) e da imprensa (30%). Não-polarizados seguem representando um volume menor que 2%.
Esse cenário reforça a hipótese de que o ato em defesa da anistia exerceu um papel fundamental para o campo antibolsonarista, que foi o de reaglutinar forças com laços fracos e que, ao longo dos últimos anos, passaram por uma série de desgastes oriundos de temas políticos distintos.
Ainda assim, os temas debatidos junto ao nome do ex-presidente se mantiveram os mesmos: anistia, disputa sobre o público da manifestação, julgamento e possíveis consequências legais, o papel do governador Tarcísio de Freitas e decisões do TCU sobre joias sauditas. A ausência de novos temas também pode corroborar a hipótese de que o ponto da virada do debate sobre Bolsonaro, ainda que momentâneo, está no fato de este cluster reivindicar o protagonismo a partir da manifestação na rua, motivando e provocando a reação do campo antibolsonarista.
Via ICL
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