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A emenda saiu pior do que o soneto e nada mais coerente no governo que veio para destruir (e excluir), segundo palavras do próprio presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro ao assumir o cargo mais importante do país.
Primeiro foi o bizarro e reacionário Ricardo Vélez Rodríguez, depois veio o olavista arruaceiro e “imprecionante” Abraham Weintraub e agora vem Milton Ribeiro, que apenas reafirma a ideologia que o governo carrega.
Sua afirmação sobre crianças com deficiência tornarem "impossível a convivência" na sala de aula repercutiu negativamente entre autoridades da área da educação. A fala aconteceu nesta quinta-feira (19), quando tentou explicar uma fala anterior sobre a separação de salas de crianças com e sem deficiência.
"Nós temos hoje 1,3 milhão de crianças com deficiência que estudam nas escolas públicas. Desse total, 12% têm um grau de deficiência que é impossível a convivência. O que o nosso governo fez: em vez de simplesmente jogá-los dentro de uma sala de aula, pelo 'inclusivismo', nós estamos criando salas especiais para que essas crianças possam receber o tratamento que merecem e precisam", afirmou Ribeiro.
O ministro da Educação não informou como chegou aos 12%. Em 2020, segundo o Censo, o Brasil tinha 1,3 milhão de crianças e jovens com deficiência na educação básica. Desses, 13,5% estavam em salas ou escolas exclusivas e 86,5%, estudavam nas mesmas turmas dos demais alunos.
Em 2005, o total de pessoas com deficiência matriculadas era bem menor (492.908). Além disso, a maioria delas (77%) permanecia em espaços exclusivos para alunos com necessidades educativas especiais - apenas 23% eram incluídas nas salas regulares.
Daniel Cara, professor da Faculdade de Educação da USP e um dos ativistas mais atuantes contra o desmonte da Educação perpetrado pelo governo de plantão, foi direto em sua consideração sobre a absurda colocação do ‘ministro’.
“Em um governo sério, Milton Ribeiro seria demitido na hora. Quase uma semana após afirmar que os alunos com deficiência "atrapalham", o ministro da Educação declarou que existem crianças com "um grau de deficiência que é impossível a convivência" nas escolas”, escreveu em suas redes sociais.
Para o presidente do Instituto Rodrigo Mendes, Rodrigo Hübner Mendes, as falas do ministro demonstra que ele não está à altura do cargo. "Pensar e afirmar que alguma criança do planeta é de convívio impossível revela uma profunda intolerância e ignorância técnica sobre o tema. Não tem mais como tentar consertar. Deveria dar a oportunidade para outra pessoa assumir essa estratégica posição para o país", disse.
O deputado federal Professor Israel Batista (PV-DF), presidente da Frente Parlamentar Mista da Educação, se indignou com o que foi dito por Ribeiro. "Esse tipo de pensamento, que considera que uma pessoa com deficiência atrapalha os outros é perigoso, coloca uma mentalidade nociva ao nosso País e que não pode prevalecer", afirmou.
Ele ainda citou o Estatuto da Pessoa com Deficiência, de 2016, que garante a participação social e a igualdade de oportunidade e prevê a obrigatoriedade do atendimento especial a pessoas com deficiência nas escolas. "A escola não tem papel de segregar, mas de incluir. Como professor, digo que pessoas com deficiência são uma oportunidade para que estudantes aprendam a lidar com as diferenças, valores como a solidariedade, que é um valor que este governo não reconhece, e sobre a necessidade da ação comunitária e coletiva. O ministro deveria estar preocupado em preparar as escolas para um atendimento adequado, isso sim", completou. (Com G1 e agências)
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