O novo ataque ao Supremo Tribunal Federal e a fantasia da ditadura de Toga do Xandão.

A nova notícia de nova só tem a data. Outro pedido de impeachment de Alexandre de Moraes foi protocolado por bolsonaristas. Vai prosperar? Acho difícil; me parece mais um "Twitter files" 2.0 do que uma acusação robusta.

A primeira acusação dos garantistas de ocasião é que "a situação é bem pior que a Lava-Jato". Bom, não sei se eles têm acesso ao conteúdo integral, mas até o momento não se tem nada próximo disso. Moraes combinou alguma ação com o órgão acusador? Não. O ministro encomendou alguma prova ilegal? Também não. O ministro deu alguma dica ao Ministério Público Federal de como perseguir réus ou investigados? Não. Então, antes de criar uma nova Vaza-Jato, vamos com calma.

No período das trocas de mensagens, o ministro presidia a Suprema Corte Eleitoral e o inquérito 4781. Nas trocas de mensagens, o ministro aparece instruindo seus assessores e utilizando o poder de polícia do TSE, pedindo inclusões de arquivos em processos públicos, solicitando pareceres e provas, sem oficio. Eles queriam que o Ministro fizesse um oficio para si mesmo no Tribunal Superior Eleitoral?.O poder de polícia não é regulamentado de forma clara na legislação, mas o que se tem permite que órgãos com esse poder possam agir independentemente de ofício, e a corte eleitoral tem essa garantia.

A reportagem, até o momento, me parece uma tentativa de criminalizar Moraes e comparar sua atuação com a Lava-Jato. Moraes é desafeto de Glenn Greenwald, que é quem subscreve a matéria. O jornalista americano, apesar de ter uma atuação séria no caso Snowden e até na Vaza-Jato, nesse caso tem uma atuação menos personalista e uma concepção complicada do que seria a "liberdade de expressão", e por isso não gosta do ministro. Glenn entende que a visão norte-americana de liberdade de expressão deve ser seguida no mundo todo, sabe aquela que permite nazistas se manifestarem em bairros judeus? Esse tipo de liberdade de expressão.

Além de Glenn, parece que algumas "viúvas" da Lava-Jato buscam ressuscitar aqueles ideais. Alguns jornais também vêm antecipando a campanha de 2026, obviamente buscando a eleição de um bolsonarista moderado, que claramente eles enxergam na figura de Tarcísio de Freitas, e, portanto, buscam normalizar o movimento de seu padrinho político. Alguém viu a imprensa, supostamente de esquerda, se assustar com a estranha privatização da Sabesp? Se viu, não me lembro.

Aos jornalistas que estão comprando essa loucura em busca de uma extrema-direita moderada, não se esqueçam que antes do bolsonarismo radical, vocês também achavam Bolsonaro uma figura "controlável" e ficaram à beira de um golpe de Estado; novamente incorrem no erro.

A conclusão deste humilde jornalista é que isso tudo é "bullshit" para entrar no espírito norte-americano; Moraes não cometeu crime e o inquérito 4781 não é a Lava-Jato. Um recado aos colegas da imprensa: a história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa. Espero que essa farsa não se torne mais uma tragédia.