O palco político da reforma tributária

 

Jogo de palavras 

Afinal, a proposta da reforma tributária é um projeto de governo ou de Estado? Comunista ou liberalista? Vai reorganizar os tributos do país? Ou vai aumentá-los? Ou o entendimento depende da corrente ideológica da ocasião? Essa torre de Babel está sendo vista, vivida e ouvida no plenário do Senado nesta quarta-feira, 8, que a depender do humor e da vontade política, pode se tornar histórica com a votação da PEC da reforma tributária.

Votação 

Com quatro votos a mais do que o necessário para aprovar a proposta, o texto-base da PEC da reforma tributária foi aprovado com 53 votos a 24 em primeiro turno e, sem nenhuma abstenção. Uma resolução aprovada na noite de terça, 7, no Senado, garante um calendário especial que permite a votação em dois turnos no mesmo dia. A previsão é que a votação da reforma tributária seja finalizada ainda na noite de hoje.

  Embate

A oposição colocou a tropa na rua e num discurso duro orientou o voto contrário ao relatório do senador Eduardo Braga (MDB-AM). O líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), criticou o texto-base e afirmou que haverá uma alta na carga tributária e o Brasil vai se tornar campeão mundial com o maior IVA, de 27,5%. Governadores do Sul e Sudeste também orientaram suas bancadas ao voto "não".

'Tão ruim'

Se declarando independente politicamente, o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) adiantou seu voto contrário ao relatório de Braga e afirmou que o Senado está endossando uma cilada tributária para as gerações futuras do país. "Essa reforma é tão ruim e tão mal concebida que, se a oposição fosse maquiavélica, votaria a favor. Estou convencido que estaremos fazendo um mal à Nação", frisou o parlamentar.

Impacto social

Enquanto a oposição adota o discurso dos malefícios que o texto-base da PEC, como está hoje, trará ao país, governistas e alguns independentes focaram no discurso da redução da desigualdade social no país com o advento de um novo código tributário.

Saga

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) cobrou a mesa diretora do Senado para a instalação da CPI da Braskem. A leitura do requerimento com as assinaturas que referendam essa comissão foi feita há duas semanas, em plenário, pelo presidente da casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Mas a comissão ainda não saiu do papel. À *Coluna*, Calheiros disse que faltam a indicação dos membros da CPI por parte dos líderes da casa. A empresa petroquímica é acusada de grave dano ambiental na capital alagoana, Maceió.

Ataque frustrado

A Polícia Federal prendeu duas pessoas em São Paulo, nesta quarta-feira, no âmbito da Operação Trapiche, que desarticulou um plano de atentado terrorista contra judeus e israelenses que moram no Brasil. De acordo com as investigações, o ataque estava sendo planejado pelo grupo terrorista Hezbollah. A agência de espionagem de Israel, Mossad, emitiu nota afirmando que ajudou as forças de segurança do Brasil a desarticular a tentativa de ataque terrorista no país.

É cultural!

O forró se juntou às festas juninas, às escolas de samba e às músicas gospel, e agora também é uma manifestação da cultura nacional. A lei aprovada no Congresso Nacional foi sancionada pelo presidente Lula e publicada no Diário Oficial da União (DOU) de ontem, 7.