O rei tem para quem passar a majestade?

Por André Courel - Locutor e Jornalista Esportivo, Pós Graduando em Direito Público.

Hoje o futuro e a história do tênis espanhol desfilaram nas quadras francesas. Alcaraz a jovem promessa e Rafael Nadal, um dos maiores de todos os tempos e na humilde opinião desse jornalista, o maior.

A jovem estrela ibérica foi eliminada pelo alemão Zeverev, que é hoje o terceiro melhor do mundo. No outro confronto, em um jogo digno de final o de número 56 e talvez o último, Nadal eliminou o primeiro do ranking Djokovic, em um jogo de mais de quatro horas, mostrando que a idade não pesou para os dois. O resultado adverso de Alcaraz, adiou esse choque geracional, uma pena para os amantes do Tênis.

Mas, volto ao meu questionamento inicial. Nadal tem para quem deixar a majestade? Quando penso em Nadal, só uma coisa me vem a cabeça. Ele é uma máquina, uma besta enjaulada, ele vence, vence e vence. Vencer foi o verbo mais conjugado pelo "Toro Miura", aos 19 anos, mesma idade de Alcaraz ganhou Roland Garros, com 24 venceu todos os 4 Grand Slans, o mais jovem da história a ter esse feito.

A minha resposta é não, Alcaraz sem dúvida será um grande jogador e talvez possa ser o segundo maior espanhol, tem um início promissor, mas não igual ao Rafael. Assim como Cristiano Ronaldo e Messi dominaram o futebol na última década Nadal, Federer e Djokovic dominaram no tênis e não vejo nessa nova geração potencial para uma hegemonia.

A vida dos jovens não será fácil, o tênis tem um público elitizado e exigente. Os antecessores subiram muito o sarrafo e agora cabe a próxima geração acompanhar. Os gênios são incríveis, mas uma pena não são eternos. Nadal pode estar em seu último torneio, quem sabe sai com o título, aumentando ainda mais a pressão no menino. O bastão vai ser passado, mas com ele virá o reinado também? O fim dessa era, talvez seja muito difícil para o Tênis, mas nada detém a inexorável marcha do tempo, sempre pra frente.