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Um dos mais lucrativos comércios ilegais do mundo é o tráfico de animais, que movimenta aproximadamente 20 bilhões de dólares/ano, sendo a terceira atividade clandestina que mais gera dinheiro, ficando atrás do tráfico de drogas e armas. O tráfico de animais consiste na retirada de animais de seus habitats naturais e destinados à comercialização. Os destinos desses animais são zoológicos, colecionadores, laboratórios para fabricação de medicamentos, ou mortos, como a onça-pintada e jacarés, para terem suas peles ou outras partes do corpo retiradas e vendidas. O Brasil é um dos principais alvos do tráfico de animais, contribui com 10% do total arrecadado com a atividade. Além da grande variedade de espécies (peixes, aves, insetos, mamíferos, répteis, anfíbios, entre outros), outro fator que contribui para essa prática no país é a falta de fiscalização e de punições severas. Traficantes são presos em flagrante por várias vezes com diversos animais, e no entanto, pagam fiança de valor irrisório e respondem processo em liberdade. Segundo estimativas, seriam cerca de 38 milhões de animais retirados de seus habitats anualmente, de até 12 milhões de espécimes distintas. Conforme o IBAMA, aproximadamente 90% dos animais silvestres morrem logo depois de retirados de seu habitat natural. Os animais que apresentam comportamento amigável são os preferidos no momento da compra. Micos, papagaios, araras e peixes ornamentais são os mais vendidos. Quanto mais raro for o animal, maior o seu valor de venda no mercado; aproximadamente 90% dos animais capturados no Brasil são comercializados no próprio país, sendo o RJ é um dos maiores centros consumidores. O RJ pouco tem feito no assunto, com a com ações esparsas da Prefeitura do Rio, e do Governo do Estado, somando-se ao pouco efetivo da Polícia e dos órgãos ambientais do Estado; Infelizmente, são conhecidos os locais onde se vendem animais ilegalmente. Os animais, depois de capturados, são submetidos a várias práticas agressivas durante o transporte para os centros consumidores, o papagaio é sedado e escondido em tubos de PVC no fundo de uma mala, as cobras são presas em meias de nylon, vários animais são covardemente dopados. A maioria não resiste durante o transporte, ou as condições de aprisionamento, morrendo logo. O tráfico de animais contribui bastante para o desequilíbrio ecológico, havendo uma mudança drástica na cadeia alimentar, reduzindo a biodiversidade de um determinado ambiente. Mas os problemas dessa prática atingem também os seres humanos, pois microorganismos presentes nos animais silvestres podem causar o surgimento de doenças e sua disseminação na população. È necessário se combater o tráfico de animais com maior disposição, criar condições para o pessoal, equipamentos públicos, e sobretudo, tornar as leis criminais ambientais mais duras para que a punição iniba essas práticas vergonhosas em um país com grande diversidade em sua fauna natural.
VINICIUS CORDEIRO é advogado, ex secretário municipal de Proteção Animal do RJ; BRUNA FRANCO é ativista da causa animal do Rio de Janeiro. Contatos – vinicius70111@gmail.com e brunafrancoativista@gmail.com
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