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Esse sistema de recompensa, é formado por uma contínua busca de adaptação funcional, capaz de desenvolver redes neurais específicas, responsáveis pelas ações reforçadas positiva e negativamente.
O Sistema Límbico (SL), permite ao indivíduo perceber o mundo externo, através dos sentidos, a fim de regular as emoções e desencadear inúmeras sensações pelas quais ele é afetado. Pertencentes à formação reticular, as estruturas do SL, segundo Joseph Papez, que demonstrou as diferentes porções do SL e, que estão unidas e coordenadas entre si, formando um circuito, o qual inclui o córtex cingulado, o hipocampo, o hipotálamo e os núcleos anteriores do tálamo, atuantes na conservação do potencial de manter o organismo desperto para o processamento de informações e estímulos recebidos.
Este processamento envolve os chamados neurotransmissores, substâncias químicas que atuam como inibidores ou excitadores de reações do sistema nervoso central, influenciando diversas ações.
Quando experienciamos um estímulo prazeroso, nosso cérebro emite um sinal: o aumento de um importante neurotransmissor, no núcleo accumbens, a Dopamina, que é o principal neurotransmissor presente nesse sistema, porém, não o único.
Neurotransmissores, como a serotonina, noradrenalina, glutamato e o ácido gama-aminobutírico (GABA) são responsáveis pela modulação do sistema nervoso central (SNC) e também estão presentes no sistema de recompensa.
O núcleo accumbens (NAC) é um dos principais componentes do estriado; é responsável pelo aprendizado e pela motivação, bem como pela valorização de cada estímulo e, tem sido considerado como a estrutura chave envolvida na mediação de processos motivacionais e emocionais, na interface límbico e motor e nos efeitos de certas drogas psicoativas.
A análise das capacidades humanas e suas possibilidades de ação ficaram mais compreensíveis a partir de estudos neuroquímicos e eletrofisiológicos das estruturas cerebrais.
As interações sociais, passíveis de desenvolvimento do organismo humano, são descritas como potencializadores de aprendizagens ou não, a depender das trocas afetivas decorrentes do processo.
O processo de aprendizagem é, portanto, uma teia de interferentes biológicos, emocionais, sociais e psíquicos, capazes de interagir com a imaginação, a criatividade, a motivação, a atenção e a memória.
As possibilidades humanas de pensamento, comportamento e desenvolvimento intelectual recebem interferências constantes, sejam de fatores intrínsecos ao próprio indivíduo, como também de fatores externos a ele, das relações que se comungam aos pares genéticos e sociais, além dos inúmeros fenômenos que decorrem dessas interdependências.
Criar conexões entre a potencialidade biológica do ser humano e as possibilidades que o meio externo nos oferece são formas de aprendizagem.
Trata-se de uma neuroplasticidade capaz de remodelar caminhos sinápticos, obtendo mudanças físico-químicas.
A liberação de neurotransmissores faz emergir distintos processos, modificáveis segundo seu local de ação, tipo de substância química, entre outros.
A Dopamina é uma substância química produzida e liberada no cérebro na forma de neurotransmissor, desempenhando importantes funções no organismo como o controle de movimentos, do humor, do sono, da atenção e da aprendizagem, da cognição e da memória, das emoções e, principalmente, da sensação de prazer e bem-estar.
A Dopamina tem sido apontada na literatura como um dos contribuintes na gênese da obesidade. Alterações no sistema de recompensa cerebral podem ser notadas em indivíduos ou animais obesos. Indivíduos obesos apresentam baixa responsividade no sistema de recompensa.
A análise, via ressonância magnética, do cérebro de 26 mulheres entre 11 e 21 anos, mostrou hipofuncionamento do estriado naquelas com propensão a ganhar peso.
Pesquisas anteriores relacionaram o corpo estriado ao componente motivacional da função sexual. Esta é a mesma região que sofre maior ativação em mulheres durante escolhas pró-sociais, em homens durante escolhas egoístas e em ambos os gêneros em escolhas cuja recompensa é mais imediata do que mediata.
Em um estudo experimental, foram demonstrados baixos níveis de Dopamina no NAC de ratos propensos à obesidade, o que os motiva a buscar mais alimentos, na tentativa de regular os níveis deste neurotransmissor.
Em outro estudo do mesmo autor, foi relatada uma relação entre a elevação do Índice de Massa Corpórea (IMC) e a baixa ativação dopaminérgica no estriado em mulheres obesas.
Normalmente existe um aumento de Dopamina com estímulos prazerosos, causados muitas vezes por alguns alimentos, pela atividade sexual e por estímulos ambientais agradáveis, como olhar para uma paisagem bonita ou escutar uma música da qual gostamos.
A diferença comportamental entre os gêneros, sob efeito de um antagonista da Dopamina, pode indicar funcionamento diferente do sistema de recompensa dopaminérgico em homens e mulheres: as mulheres reagem mais intensamente aos comportamentos pró-sociais e os homens, aos comportamentos não sociais.
A evolução humana está sustentada na capacidade de se relacionar socialmente, através de uma busca constante de desenvolvimento e de aprimoramento das capacidades, criando para tanto, ferramentas e habilidades que lhe proporcionem tal progresso.
A Ocitocina (OT) promove uma reação neuronal, quando liberada pelos neurônios do hipotálamo e estimulam, nos mamíferos, comportamentos de vínculo e formação de pares, referenciando a percepção sensorial e emocional, dispondo da capacidade de influenciar aspectos referentes à memória, à aprendizagem e à interação social. Isso decorre do fato de que a OT controla o volume de informações sociais processadas pelos neurônios.
A Ocitocina foi capaz de desempenhar um papel crítico na aquisição da aprendizagem e nos processos mnemônicos em estudos com animais.
Por muito tempo a OT foi descrita apenas por seu envolvimento na regulação do comportamento feminino.
Um estudo demonstrou que mulheres eram melhores do que homens em comportamentos empáticos, tais como captar nuances de expressão facial e tom de voz (comportamentos não verbais).
Recentes estudos corroboram a ideia da Ocitocina influenciar habilidades e comportamentos relativos para cada espécie. Ela se apresenta como elemento chave na motivação, além do seu papel essencial em diversos comportamentos, se apresentando como um propulsor para as interações sociais, além de estar envolvida nos complexos processos de ligação social ao longo da vida.
Publicações recentes demonstraram que os níveis de ocitocina em humanos aumentam consideravelmente durante e após as interações sociais positivas, compreendendo contato físico, como abraços em membros familiares
Outro estudo afirma a eficácia da ocitocina na melhora de quadros depressivos, autismo, esquizofrenia e fobia social. A exposição de OT no organismo regula a capacidade de amar, formar laços sociais e têm impactos sobre a saúde e bem-estar humanos.
Portanto, a Ocitocina apresenta-se como um potente estimulador biológico e psicológico, determinando uma variedade de respostas aos estímulos ambientais, como reações de empatia, afeição, afetividade e interação social.
Longevidade... porque o essencial é eterno!
Dr Eduardo Macedo Bernardes
CREMERJ 104.654-3
Diretor Clínico – Clínica EMBJANONI
WhatsApp: (21) 999 147 145
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Tribuna da Imprensa Digital e é de total responsabilidade de seus idealizadores.
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