Og Sperle, Presidente da UWB fala sobre a religião Wicca e se posiciona no debate sobre doutrinação Religiosa em Escolas Públicas na Alerj

“Nossa religião, a wicca, não tenta converter ninguém. Não é uma religião de massa, mas de sacerdotes, e nem todo o mundo está preparado para isso”

Og Sperle Presidente da UWB defende uma abordagem mais inclusiva, posicionou-se firmemente contra o ensino religioso confessional, onde uma fé específica é ensinada. "O termo confessional é algo que não nos agrada, pois não é plural. Somos contra um modelo em que os alunos são obrigados a seguir uma única fé", afirmou. Ele reforçou que o ideal seria um ensino religioso plural, que abordasse a história e os princípios de diversas religiões, promovendo assim o conhecimento e combatendo o preconceito.

O debate acendeu um alerta sobre a preparação dos professores que ministram aulas de ensino religioso. Segundo o representante, "nossa orientação é se esse professor está preparado para ensinar sobre a história de todas as religiões, e não apenas de uma. Hoje, o que acontece é que muitos acabam ensinando apenas a religião para aqueles que são credenciados."

Atualmente, nas escolas públicas, os alunos têm a opção de escolher entre aulas de ensino religioso ou reforço escolar. No entanto, o modelo confessional ainda prevalece em muitas instituições, o que levanta críticas sobre a falta de diversidade religiosa no currículo. O representante da religião inca ressaltou a necessidade de uma reforma: "Torço para que consigamos encontrar um meio-termo, onde as religiões possam participar desse processo de forma plural ou, então, que não haja ensino religioso nas escolas."

O debate sobre o ensino religioso no Brasil segue intenso, e essa audiência na Assembleia Legislativa apenas reforça a necessidade de ajustes no modelo atual, para que ele atenda de maneira mais justa e inclusiva a diversidade religiosa do país.

Por Jéssica Porto e Robson Talber/ Repórter Ralph Lichotti