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O cenário político em Duque de Caxias acaba de ganhar um novo capítulo repleto de controvérsias. Como diria o jornalista Millôr Fernandes, "política é a arte de obter votos dos pobres e dinheiro dos ricos, prometendo defender uns dos outros". E parece que essa máxima está sendo colocada à prova na cidade fluminense.
O prefeito Wilson Reis (MDB), numa jogada que faria Sun Tzu orgulhoso, implementou o Programa Tarifa Zero de ônibus, cumprindo assim a principal promessa de campanha de seu adversário, Zito (PV).
A implementação do programa, ocorrida em 22 de julho, levantou mais do que apenas as sobrancelhas da oposição. A Coligação Caxias Feliz, liderada por Zito, não perdeu tempo e, como um jogador de xadrez antecipando os movimentos do adversário, entrou com uma representação por conduta vedada na Justiça Eleitoral. Os alvos? O prefeito Wilson Reis, seu sobrinho e candidato à sucessão Netinho Reis, a vice na chapa Aline do Aureo (SDD) e o secretário de Transportes e Mobilidade, Washington Reis.
A ação alega que a prefeitura realizou ampla publicidade institucional sobre o lançamento, infringindo a lei eleitoral 9.504/97, que proíbe inaugurações e divulgação de serviços públicos a partir de 6 de julho.
Os advogados da coligação de Zito não pouparam críticas, afirmando que o lançamento foi transformado em "verdadeiros atos de campanha", com direito a palanques e discursos em favor de Netinho Reis. Além disso, apontam que o programa foi iniciado sem previsão na Lei Orçamentária Anual do Município, e que a contratação ocorreu de forma apressada, com a licitação realizada em 14 de julho e o contrato assinado em 22 de julho, por quase R$ 9 milhões.
Para a oposição, a implementação do ônibus de tarifa zero - uma bandeira que Zito vinha hasteando como sua proposta - foi uma manobra para desequilibrar a disputa pela prefeitura. Nas palavras da coligação, os representados "partiram para o jogo sujo da política ignorando a legislação eleitoral".
Curiosamente, apesar de apontar irregularidades, a ação não pede a suspensão das linhas de ônibus gratuitas. O foco está no pedido de cassação do diploma e na aplicação de multa. É como se dissessem: "O benefício para o povo, que fique. Mas que os responsáveis paguem pelo possível erro."
Enquanto a batalha judicial se desenrola, a prefeitura segue expandindo o programa. Em 1º de agosto, foi inaugurada a terceira linha do Tarifa Zero, beneficiando moradores do Parque Eldorado e do Cantão, em Xerém. O serviço opera das 5h às 22h, com intervalos de uma hora, demonstrando que, independentemente da polêmica, a iniciativa está ganhando corpo.
A população de Duque de Caxias agora se vê no meio de um fogo cruzado político, onde uma medida que deveria trazer alívio financeiro se tornou motivo de disputa acirrada.
Resta-nos aguardar o desenrolar deste enredo digno das melhores novelas políticas brasileiras. Afinal, como bem sabemos, na política, assim como na vida, o jogo só acaba quando termina. E neste caso, parece que estamos apenas no primeiro tempo.
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