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O Brasil é um dos países que mais mata LGBT’s no mundo, além de ocupar uma triste posição no ranking de homofobia. Ao celebrar um casamento homoafetivo em um barracão de Candomblé, a ação transcende o ritual do sagrado matrimônio e passa a ser também, um ato de resistência. As religiões de matrizes africanas sempre acolheram com respeito a diversidade. E assim aconteceu, no dia 27 de maio, no Ilê Axé Nitó Omin Odé, na Vila da Penha. Consagrados pelo pai de santo da casa, Claudio D’Oxosse, o casamento foi realizado com a benção dos Orixás e grande emoção dos participantes.
Para Magda Coelho, uma das noivas do dia, “foi um momento muito feliz, onde ela de fato se sentiu acolhida e respeitada. No Candomblé há um forte respeito à diversidade. Somos todos iguais, irmãos e isso é um ato de amor ao próximo imensurável”, destacou.
Já sua esposa, Daniele Oliveira, ressaltou que “ficou muito emocionada e realizada. Além de consagrar nosso amor, dentro da nossa fé, reafirmamos o direito de termos uma relação socialmente concreta, com igualdade e respeito”.
“Nossos Orixás nos ensinam que o amor é soberano, em toda sua diversidade. Aqui, dentro da nossa Casa, todos são tratados e respeitados da mesma forma. Nós celebramos o amor e cuidamos uns dos outros. Rezamos e lutamos para que um dia, consigamos viver em um mundo menos preconceituoso, sem homofobia, onde o afeto prevaleça”, enfatizou Pai Cláudio.
No mesmo dia, em um casamento duplo, Pai Cláudio casou mais dois filhos: Vitória Góes e Rulian Gomes. Segundo Vitória, "Foi a coisa mais linda da vida dela. Até minha roupa meu Pai quem fez".
A recém-casada também celebrou a união das irmãs: "Foi maravilhoso compartilhar esse momento com elas. Mostramos para a sociedade que nossa religião respeita toda forma de amor".
Pai Cláudio também revelou que, todas as roupas, enfeites, decoração, busque, foram elaborados no próprio barracão, pelas mãos dos filhos de santo da casa, em oficinas de costura , indumentária afro, entre outras.
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