Pandemia: o criminoso aumento dos remédios para UTI faz do país refém de uma indústria da saúde abutre

Pandemia: o criminoso aumento dos remédios para UTI faz do país refém de uma indústria da saúde abutre

A denúncia é da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), entidade, que congrega oito federações de hospitais, laboratórios e clínicas particulares de todo o Brasil, além de 90 sindicatos de saúde. A entidade fez há pouco um levantamento junto aos seus associados que aponta o aumento de preços e de uso dos medicamentos mais utilizados para intubação orotraqueal. A utilização desses medicamentos deu um salto de mais de 2.000% em alguns casos, como do medicamento rocurônio, utilizado para sedação.  

Já a necessidade de utilização de outros medicamentos, chegou a ter alta de mais de 2.200% na pandemia. No caso do rocurônio, que tinha média de utilização de 150 frascos por mês e que agora, de acordo com o levantamento da CNSaúde, chega a 3.500 frascos por mês (aumento de 2.233%). Outro remédio essencial no tratamento da covid em UTI, o “kit intubação” tiveram uma alta de mais de 660%. 

A indústria da Saúde mostra sua face abutre 

O presidente da CNSaúde, Breno Monteiro, listou anestésicos, sedativos e relaxantes musculares que são usados para intubar o paciente. O propofol (usado para sedação), passou de R$ 28,60 antes da pandemia para R$ 183 em março de 2021, uma alta de 539,86%.  A maior alta foi do relaxante muscular Midazolam que custava, antes da pandemia, R$ 22,78 e agora custa, em média, R$ 174, um aumento de 663,83%.    

Outros medicamentos pesquisados foram o bloqueador muscular atracúrio, que passou de R$ 32,10 para R$ 205, aumento de 538,63%; o rocurônio, que foi de R$ 33,33 antes da pandemia para R$ 202 agora (aumento de 506,06%) e cisatracúrio, que antes custava R$ 36,12 e agora custa R$ 205 (aumento de 467,55%). 

Diante da gravidade do problema, o CNSaúde lançou um link para denúncias de abusos no preço dos remédios, para serem encaminhados para a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). 

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Vacinação lenta liga o sinal vermelho  

A preocupação do controle sanitário no Brasil atravessa fronteiras. Segundo noticiário da BBC News. Se a comparação considerar apenas o número total de doses que cada país aplicou, o Brasil aparece em quinto lugar no ranking global de dados oficiais compilados pela Universidade Oxford. Um patamar esperado para o sexto país mais populoso do mundo, com 212 milhões de habitantes. 

Mas quando a comparação do total de doses aplicadas leva em conta o tamanho da população de cada país, o Brasil aparece em 73º entre 166 nações e territórios. A comparação pode ser feita também com o próprio Brasil. O Ministério da Saúde afirma que o país tem capacidade instalada de vacinar 2,4 milhões por dia. E já chegou a vacinar 18 milhões de crianças em campanha contra a poliomielite. Mas desde 17 de janeiro de 2021, o Brasil só superou três vezes a marca de 1 milhão de vacinados em 24h. 

Mortes superam 133 países 

Em 6 de abril de 2021, o Brasil bateu um recorde trágico na pandemia, com 4.195 mortes por covid registradas em 24 horas. É mais que o dobro do registrado um mês antes. Apenas os Estados Unidos superam essa marca. O patamar brasileiro de mortes em apenas um dia é tão alto que supera o que 133 países registraram, separadamente, durante um ano inteiro de pandemia. 

O Brasil tem 212 milhões de habitantes. Estes 133 países somam 1,9 bilhão de pessoas. Nesse grupo há de tudo um pouco. Em comparação ao Brasil, há nações com quase a mesma população (Nigéria, com 206 milhões), 30 países com mais de 20 milhões de habitantes, 44 com maior índice de desenvolvimento humano (IDH), 33 com mais idosos, 49 com mais diabéticos. São dados oficiais levantados pelo site Our World in Data, da Universidade de Oxford. 

Da Redação/ CNSaúde /BBCNews /site Our World inData/ ImagensAzemutmed/Internet.

Por Ultima Hora em 12/04/2021
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