Polêmica na Educação: Rio Investe R$ 11,6 Milhões em Consultoria para o Ideb, a velha tática de entregar papel com dados que ninguem lê, por alguns milhões de dinheiro público

Novo contrato com empresa de consultoria levanta questionamentos sobre prioridades na gestão educacional municipal

Em uma decisão que tem gerado debates acalorados, a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro firmou um novo contrato de R$ 11,6 milhões com a empresa Falconi Consultores S/A. O acordo, anunciado nesta segunda-feira (16/03/2025), visa elevar o desempenho educacional e reduzir desigualdades entre escolas da rede municipal que apresentaram estagnação ou queda no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023.

Este contrato dá continuidade a uma parceria iniciada em 2022, quando a Falconi foi contratada inicialmente por R$ 13,8 milhões, valor que posteriormente foi elevado para R$ 15,8 milhões através de aditivos. A empresa tem celebrado os avanços no Ideb como resultado direto de sua atuação junto à secretaria.

Entretanto, a decisão de investir uma quantia tão significativa em consultoria tem provocado reações diversas entre educadores, pais e especialistas em políticas públicas. O professor Carlos Eduardos, da Faculdade de Educação da UFRJ, questiona a alocação de recursos: "Embora melhorias no Ideb sejam importantes, é preciso avaliar se esse investimento não poderia ser direcionado para áreas mais urgentes, como infraestrutura escolar ou valorização dos professores."

A secretária municipal de Educação, Maria Conceição Silva, defendeu a medida: "Os resultados positivos no Ideb são fruto de um trabalho conjunto, e a consultoria especializada tem sido fundamental para identificar e corrigir falhas em nosso sistema educacional."

Contudo, o Sindicato dos Professores Municipais criticou a decisão. Em nota, afirmou que "enquanto milhões são gastos em consultoria, muitas escolas ainda sofrem com problemas básicos de estrutura e falta de material didático."

O vereador João Pedro Oliveira (PT) anunciou que irá solicitar uma audiência pública para discutir o contrato: "Precisamos entender detalhadamente como esses recursos estão sendo aplicados e se realmente estão trazendo benefícios concretos para nossos alunos e professores."

A polêmica levanta questões importantes sobre as prioridades na gestão da educação pública. Enquanto a secretaria aposta na expertise externa para melhorar índices, críticos argumentam que investimentos diretos nas escolas e na capacitação dos profissionais da educação poderiam trazer resultados mais duradouros.

O novo contrato terá duração de um ano, e a sociedade civil promete acompanhar de perto os desdobramentos e resultados deste investimento milionário na educação carioca.

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