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Um avião da Embraer (o E190) caiu no Cazaquistão há alguns dias, em uma fatalidade na qual morreram 44 das 96 pessoas a bordo.
As perícias cazaques, azeris e russas ainda estão em andamento sem explicações conclusivas, mas com a maior probabilidade estando relacionada ao ataque ucraniano com drones que ocorreu de forma simultânea à passagem do voo pela Chechênia.
Naturalmente, a mídia ocidental (bem como a turca) já montou em cima de uma narrativa segundo a qual o avião teria sido abatido por um míssil da defesa antiaérea russa. Sinceramente, se fosse o caso, ninguém no avião estaria vivo, mas o que me chama mais a atenção não é exatamente a causa da queda, mas como ela foi abordada pela mídia.
De uma maneira curiosa e muito diferente de todas as outras quedas de avião, em todas as notícias brasileiras sobre os eventos, o fato foi descrito como queda de "avião da Embraer". Não se falava nas chamadas na companhia aérea, apenas na fabricante da máquina. Não acontece o mesmo quando cai um avião da Boeing ou da Airbus.
É claro que, em primeiro lugar, poderíamos pensar simplesmente no "vira-latismo" de uma mídia de massa apátrida que trata qualquer problema de algo "brasileiro" quase com gosto e prazer. É uma mídia que se alegra com toda derrota, todo fracasso e toda crise. A queda de um avião "brasileiro", portanto, é mais uma grande oportunidade para mostrar que o Brasil "não tem como dar certo".
Os fatos, porém, apontam na direção contrária, considerando que o avião da Embraer não apenas conseguiu preservar a maior parte de sua integridade, mesmo durante a queda, preservando as vidas de quase metade dos passageiros, mas também considerando que aviões da Embraer raramente sofrem acidentes fatais. Em décadas de operação, houve apenas 29 incidentes envolvendo voos comerciais da Embraer, e só uma pequena parte desses teve vítimas fatais. Desnecessário comparar com a quantidade de casos da Boeing ou da Airbus.
Entre as "três grandes" do setor, portanto, os fatos apontam que a Embraer é a empresa superior, pelo menos no quesito segurança. Não obstante, o valor de mercado da Embraer é muito inferior ao valor de mercado da Boeing, que no sistema financeiro é avaliada em 40 vezes o valor da Embraer.
Aqui é importante apontar que a Boeing passa há anos por uma crise devastadora que parece insolúvel. Segundo funcionários do setor de qualidade da Boeing, como o sr. Sam Mohawk, todo o trabalho na linha de produção da Boeing é feito com pressa e pouco cuidado, porque a preocupação está mais na quantidade do que na qualidade, com o fim de maximizar lucros. Assim, segundo o sr. Mohawk, é comum que aviões faltando peças sejam colocados no mercado.
A incompetência da Boeing, aliás, já causou centenas de mortes nos últimos anos, bastando que recordemos a queda de um 737 esse ano com mais de 300 mortos. Mas no lugar de resolver os problemas na linha de produção, parando de cortar custos essenciais, a Boeing parece estar resolvendo os problemas de vazamentos de críticas de outra forma. Só em 2024, 2 funcionários que denunciaram problemas produtivos nas linhas de produção da Boeing morreram em circunstâncias misteriosas.
Para piorar, no segundo semestre de 2024, a Boeing começou a pegar empréstimos vultosos de bancos, para tentar compensar os seus constantes prejuízos financeiros.
Em outras palavras, a Boeing tem todos os sinais de uma empresa decadente, com sérios riscos de se ver forçada a reduzir as suas atividades e até a abandonar alguns setores da indústria aeroespacial.
Todos sabemos que o principal beneficiário nessa crise da Boeing é a Embraer. Praticamente todas as notícias sobre a Embraer ao longo do último ano têm sido positivas. Os lucros da Embraer praticamente dobraram, as entregas de aviões aumentaram em 1/3, e a empresa anunciou 400 milhões de reais em investimentos para expandir suas atividades nos EUA. Ademais, em 2024, a Embraer expandiu suas atividades na Europa e na Ásia.
Se a Boeing está doente, a Embraer dá todos os sinais de ser uma empresa bastante saudável e com tendências positivas para o futuro.
A Boeing, obviamente, sabe disso e precisamente por isso tentou se salvar, no passado recente, através de uma tentativa praticamente forçada de aquisição da Embraer pela Boeing, o que fracassou por causa de uma pressão defensiva brasileira.
O ataque midiático contra a Embraer, portanto, visa afetar a credibilidade da empresa em um momento no qual ela está em ascensão e no qual seu principal concorrente está em crise profunda. É necessário recordar que os conglomerados midiáticos não são meras atividades jornalísticas, mas representam setores propagandísticos de interesses financeiros internacionais, e nada além.”
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