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Ah, Nova Iguaçu, terra de tantos talentos e... candidatas laranjas. Não é de hoje que os bastidores da política mostram seu lado mais criativo – e duvidoso. Desta vez, a estrela da novela é a fraude na cota de gênero, que já derrubou o mandato de dez vereadores pelo país e deixou mais de cem outros na mira da Justiça Eleitoral. E a nossa querida Baixada Fluminense não poderia ficar de fora desse enredo, não é mesmo?
Aqui em Nova Iguaçu, o Ministério Público Eleitoral resolveu dar uma olhada na chapa PSDB/Cidadania. Entre as pérolas, descobriram uma candidata que não teve nem um mísero voto. Isso mesmo, nem ela mesma apertou o 12 na urna. O detalhe é que a figura recebeu R$ 9,4 mil de recursos partidários e, em vez de usar para campanha, transferiu tudo via Pix para a nora, que – olha só que coincidência – concorria pelo PSD. Parece enredo de novela das nove, mas é a política local.
Enquanto isso, os partidos continuam com aquele velho discurso: “Não há mulheres interessadas na política.” Claro, porque investir em formação e criar uma base de lideranças femininas dá trabalho, né? Melhor resolver tudo de última hora com um monte de nomes para preencher tabela. Quem nunca?
E para completar o circo, temos as tais candidatas fictícias. Algumas nem disfarçam. Em outros estados, há quem tenha recebido milhares de reais do fundo partidário para, pasmem, não fazer campanha. Outras nem sabem que foram inscritas. Já pensou? Você acorda um dia e descobre que é candidata sem nem sair de casa.
Agora, vamos combinar: as punições até que são duras. Quando a Justiça identifica fraudes, toda a chapa pode ser cassada. Mas a política brasileira sempre dá um jeito. Entra ano, sai ano, surge uma PEC da anistia aqui, um perdão acolá, e está tudo certo. Afinal, devolver dinheiro público seria um exagero, não é?
E falando em exagero, a PEC da Anistia trouxe também um novo ingrediente para a sopa da política: a cota racial. Em vez de proporcionalidade direta para pretos e pardos, agora é uma fatia fixa de 30%. Parece bonito no papel, mas, na prática, os partidos não chegaram nem perto de cumprir. Aqui na cidade iguaçuana, seria o caso de perguntar: quantos líderes negros estão sendo formados? Ou estamos só pintando a parede com tinta nova para esconder os buracos?
No final, ficamos com a mesma velha sensação de que a política é um grande teatro – e nós, o público, pagamos o ingresso caro. Em Nova Iguaçu, a cena segue. E o Pix, como sempre, brilha mais que as urnas.
Por: Arinos Monge.
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