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A Prefeitura do Rio está prestes a acirrar o clima com os professores da rede municipal com uma proposta que pode mudar a contagem das horas-aula e comprometer diretamente a rotina de milhares de educadores. O Projeto de Lei que Eduardo Paes pretende enviar à Câmara aumenta de forma considerável a carga semanal dos professores, reduzindo o tempo que esses profissionais têm para planejar suas aulas e corrigir atividades. A situação, segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), “é inadmissível” e já acendeu um alerta de mobilização em toda a categoria.
O que está em jogo? De um lado, a prefeitura quer que o professor de 40 horas semanais passe a ministrar 32 tempos de aula em vez de 26, adicionando praticamente uma semana de trabalho a cada mês – sem nenhum reajuste. De outro, os professores veem um ataque direto ao que já é um cenário exaustivo: salas superlotadas, alunos sem o apoio adequado e um tempo cada vez mais escasso para o planejamento.
A Secretaria de Educação, liderada por Renan Ferreirinha, argumenta que a medida visa otimizar o uso de professores e reduzir as chamadas "duplas e triplas regências", onde um único professor assume mais de uma turma. Mas, para a categoria, isso é apenas uma forma de maquiar a falta de contratações e jogar ainda mais trabalho sobre os docentes, que hoje já enfrentam um contexto de pressões físicas e psicológicas constantes.
E os alunos? De acordo com o Sepe, eles também perdem: a redução do tempo de planejamento afeta a qualidade do ensino, e o aumento de carga tende a refletir na saúde dos professores, o que pode levar ao aumento de licenças e até ao abandono da profissão. É um efeito dominó que impacta a todos e que, para o sindicato, não resolve a raiz do problema.
A mobilização já começou, e o Sepe está incentivando a categoria a pressionar os vereadores e impedir a aprovação desse projeto, que, na visão dos educadores, desvaloriza ainda mais a profissão e compromete a qualidade da educação pública na cidade.
Enquanto isso, a dupla Paes e Ferreirinha promete manter o 14º salário como incentivo, mas, diante de medidas como essa, o impacto positivo da meritocracia acaba abafado pela sensação de desvalorização. Resta saber: quem realmente sai ganhando com esse ajuste? Ao que tudo indica, a prefeitura tenta economizar, mas a conta pesada deve sobrar para os professores – e para a educação pública.
Fonte: Seperj
Por: Arinos Monge.
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