PT elege 3.118 vereadores e 248 prefeituras e forma coligação robusta (PP, PSD e MDB) para 2026 em todo o país no 1º turno

Em comparação às eleições municipais de 2020, o partido elegeu 550 representantes a mais nas câmaras municipais, ampliando de 49 para 61 o número parlamentares nas capitais

PT elege 3.118 vereadores e 248 prefeituras e forma coligação robusta (PP, PSD e MDB) para 2026 em todo o país no 1º turno

O Partido dos Trabalhadores elegeu um total de 3.118 vereadores e vereadoras em todo o Brasil, ou seja, 550 representantes a mais do que nas eleições municipais de 2020, quando o PT elegeu 2.668 representantes nas câmaras municipais.

O número confirma a forte atuação política do partido em todo o país, através de um processo de recuperação e expansão que teve início em 2022 com a eleição do presidente Lula. Os resultados obtidos nas eleições proporcionais nos 26 estados brasileiros são uma demonstração da capacidade de resiliência do partido no processo político brasileiro.

Dentre os estados que mais elegeram representantes no Legislativo Municipal pelo partido destacam-se o Piauí, com 522 candidaturas vitoriosas, seguindo da Bahia com 422; Ceará, 384; Minas Gerais, 362; Rio Grande do Sul, 361; São Paulo, 165; Santa Catarina, 142; Pernambuco, 125, e o Paraná com 121 eleitos/as. O PT terá representantes nas câmaras municipais em todos os 26 estados da federação.

Nas eleições deste ano também vale destacar que o PT ampliou de 49 para 61 o número de vereadores e vereadoras nas capitais do país.

Em votos totais computados na eleição proporcional em 2024, o PT atingiu um total de 7.365.428 votos ante os 5.648.634 obtidos nas eleições municipais de 2020. Um diferença de 1.716.794 votos a mais em comparação com o pleito passado.

Vencedor em 248 prefeituras, PT se fortalece e supera as 183 da última eleição

“O PT mostrou o seu vigor, a sua vitalidade, a vontade de participar do processo democrático”, celebrou a presidenta do partido, deputada federal Gleisi Hoffmann, neste domingo (6)

A presidenta Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), comemorou, neste domingo (6), o balanço positivo do primeiro turno da eleições municipais. Mais uma vez, o PT provou sua capacidade de resiliência no processo político do país, um claro sinal de recuperação em relação a eventos trágicos também para a própria democracia brasileira, como o golpe de 2016 e a Operação Lava Jato. Conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o partido fez 248 prefeituras, sem contar ainda as disputas de segundo turno. Em 2020, foram 183, ao todo.

Em entrevista à TvPT, a presidenta do PT considerou muito “positiva” a participação do partido nas eleições municipais de 2024. “Nós já tínhamos avaliado que iríamos nos sair melhor do que saímos em 2020, que foi uma eleição muito difícil para nós. Aliás, a eleição de 2016 foi difícil, a de 2020 foi difícil e agora a de 2024 mostra um processo de reconstrução do PT no processo eleitoral local, o que é muito importante”, reconhece.

Gleisi agradeceu o engajamento da militância. “O PT mostrou o seu vigor, a sua vitalidade, a vontade de participar do processo democrático. E esse momento tão bonito, que são as eleições, é onde a gente pode depositar nosso voto na urna e escolher quem vai nos dirigir pelos próximos quatro anos nos municípios brasileiros”, exaltou.

Alianças estratégicas

A parlamentar enfatizou ainda as alianças costuradas pelo PT, com candidatos disputando o segundo turno em capitais, como é o caso de São Paulo, a maior e mais rica cidade do Brasil. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) vai concorrer ao Palácio dos Bandeirantes contra o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB). A ex-prefeita Marta Suplicy (PT), considerada a melhor administradora que a capital paulistana teve nos últimos 40 anos, compõe a chapa com Boulos.

“Aí não posso deixar de falar de São Paulo, a importância que tem o Boulos ir para o segundo turno em São Paulo, mostrando a resiliência, a resistência das forças de esquerda e do campo progressista e democrático na maior cidade do país. E agora, a partir de segunda-feira, é uma outra eleição e nós vamos estar articulando com as forças políticas, com a nossa militância, como os movimentos sociais, para fazer de Boulos o prefeito da cidade de São Paulo”, assegurou Gleisi.

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No Rio de Janeiro, o PT e outras forças progressistas deram a vitória ao candidato Eduardo Paes (PSD) ainda no primeiro turno. Ele obteve 60,47% dos votos válidos. A presidenta do PT fez questão de lembrar que a vitória expressiva se deu no berço político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que apoiou o segundo colocado, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).

“Bolsonaro, que escolheu seu candidato, o Ramagem, que foi seu chefe da arapongagem, não conseguiu levá-lo para o segundo. E Eduardo Paes, que esteve nesse campo democrático, com o apoio do presidente Lula, ganha a eleição no primeiro turno. Julgo isso de grande importância para o campo democrático, progressista, popular”, lembrou a parlamentar.

O PT se aliou também a João Campos (PSB), que foi reeleito prefeito do Recife no primeiro turno, com 78,11% dos votos válidos.

Disputa nas capitais

Outros quatro candidatos petistas disputam o segundo turno em capitais: as deputadas federais Maria do Rosário (PT-RS), em Porto Alegre, e Natália Bonavides (PT-RN), em Natal, e os deputados estaduais Evandro Leitão (PT), em Fortaleza, e Lúdio Cabral (PT), em Cuiabá.

Nas cidades com mais de 200 mil eleitores, as prefeitas de Contagem, Marília Campos (PT), e de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT), foram reeleitas para mais um mandato. A legenda disputa segundo turno em pelo menos mais 12 cidades.

Lula antecipa jogada política e forma coligação robusta para 2026

Em uma estratégia audaciosa, o PT se alia a grandes partidos e redefine o cenário político brasileiro

Em uma manobra política considerada por muitos como um golpe de mestre, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já delineia o futuro político do Partido dos Trabalhadores (PT) visando as eleições de 2026. A polarização, que por anos dominou o cenário eleitoral brasileiro, parece ter encontrado um novo adversário: a união. Lula, com sua visão estratégica, optou por uma coligação com partidos de peso como o PSD, PP e MDB, desenhando um novo panorama político no Brasil.

Esta decisão, longe de ser um mero acaso, reflete uma compreensão profunda do atual estado da política nacional. O PT, tradicionalmente visto como um bastião da esquerda, escolheu não se isolar em suas próprias candidaturas, mas sim fortalecer suas bases através de alianças significativas. Este movimento não apenas amplia o espectro de influência do PT mas também sinaliza uma maturidade política em reconhecer a importância do diálogo e da colaboração entre diferentes espectros ideológicos.

A escolha por uma coligação tão diversa traz à tona um debate crucial sobre o futuro da política brasileira. Ao invés de apostar na polarização, Lula e o PT parecem estar navegando em direção a um centro mais moderado, buscando abranger uma gama mais ampla de eleitores. Esta estratégia pode ser a chave para uma vitória em 2026, oferecendo uma alternativa concreta à divisão que tem caracterizado as últimas disputas eleitorais no país.

Críticos e apoiadores estão atentos a este movimento, que já começa a redefinir as alianças políticas no Brasil. A capacidade de Lula em articular uma coligação tão ampla antes mesmo do início oficial da corrida eleitoral é vista por muitos como um sinal de sua habilidade incontestável como líder político. Este passo também coloca o PT em uma posição de destaque dentro do espectro político dos partidos envolvidos, consolidando ainda mais sua influência e poder.

À medida que o Brasil se aproxima de mais um ciclo eleitoral, os olhos estarão voltados para esta coligação inédita. A estratégia de Lula, ao priorizar a união em detrimento da divisão, pode não apenas mudar o curso das eleições de 2026 mas também redefinir o que significa fazer política no Brasil. A história está sendo escrita, e o próximo capítulo promete ser de reviravoltas e novas alianças.

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Da Redação

 Ralph Lichotti, com TSE

 

 

Por Ultima Hora em 07/10/2024
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