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Jake Daniels é o primeiro atleta profissional abertamente gay do Reino Unido. O jovem foi acolhido por sua equipe, por sua liga e por diversos clubes, até o Manchester City que é controlado pela família Mansour Bin dona de Abu Dahbi e dos Emirados Árabes, locais onde a homossexualidade é crime. Hipocrisia? Rogo para que não seja. Que seja o início de uma mudança nessa lei asquerosa.
O teor histórico da revelação de Daniels demonstra o nível de mudança que precisa ocorrer não só no futebol, mas na cultura esportiva em geral que é hostil a diversidade.
O caso mais emblemático foi de Tiffany, uma mulher trans que após anos de sofrimento, conseguiu a autorização da FIVB para jogar vôlei feminino, mas ela não recebeu o mesmo carinho de Jake, pois apesar do vôlei receber bem os homossexuais o esporte ainda não estava preparado para uma pessoa trans. Bom eles que aceitem, ela seguirá pois entendeu que será uma inspiração.
No Brasil infelizmente, os casos de Racismo, Homofobia e Machismo tem acontecido com mais frequência, principalmente no futebol. O caso mais recente foi o do volante Edenilson, que foi chamado de macaco pelo lateral Rafael Ramos e até agora nenhuma providência foi tomada e no último jogo, o ato não veio do campo e sim das arquibancadas, onde no último majestoso cantos homofóbicos foram entoados pela fiel Corintiana, até agora o protocolo notas de repúdio e nenhuma punição.
O machismo é covarde e a impunidade é o seu fertilizante. Lembram que o meia Jean Carlos agrediu uma juíza? Então ele não recebeu nenhuma punição. Contra um homem, talvez fosse levada mais a sério?
A violência no Brasil, principalmente a verbal é tratada como cultural. O racismo e a homofobia tem recebido um certo repúdio, mas não a punição que a lei define, me parece que ser jogador de futebol não está na lei como atenuante de pena, mas no Brasil a profissão acaba sendo "guarita de criminoso".
O machismo, muitas vezes é tratado como "mi-mi-mi", mas alguns entendem a importância de combatê-lo e um exemplo disso é o PL 617/2021 de autoria dos vereadores Tainá de Paula e Marcos Braz, onde busca-se punir atos discriminatórios contra as mulheres em eventos esportivos, além da punição, a lei também obriga os organizadores a fixar placas, onde indicam os órgãos competentes e seus respectivos números para que as mulheres saibam seus direitos. É um avanço, que venham mais proposições dessas, que outras cidades sigam o exemplo do legislativo carioca e talvez com a criação desse movimento nacional, surjam leis mais rígidas, que precisariam do Congresso Nacional.
Parafraseando o pastor Martin Luther King. Eu tenho um sonho e nele, as torcidas vão se alfinetar, mas sem precisar recorrer ao preconceito, jogadores são humanos e vão errar, aliás podem até discutir no campo, mas sem jamais coisificar o próximo adjetivando ele como um animal e que as mulheres, que são maioria no país serão bem recebidas nas arquibancadas e no campo.
Que Jake seja o primeiro, mas que venham mais. Quem sabe ele seja o primeiro atleta LGBTQIA+ assumido do Reino Unido, a ser artilheiro da Premier League. Sonhar não custa nada.
Por André Courel - Locutor e Jornalista Esportivo, Pós Graduando em Direito Público.
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