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Enfim, uma luz no fim do túnel, cheio de garrafas PET, sacolas plásticas e toneladas de resíduos que viraram personagens centrais das enchentes e da degradação ambiental das grandes cidades brasileiras. O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima resolveu agir e publicou a tão esperada Portaria GM/MMA nº 1.250/2024. Mas será que ela é mesmo o divisor de águas (literalmente) ou só mais um papel que vai parar no rio?
A promessa do milagre verde
A ideia é até bonita no papel: dar incentivos fiscais para empresas e pessoas físicas que queiram investir em projetos de reciclagem e economia circular. Você apoia, ganha dedução no imposto de renda e ainda sai como herói ambiental. Simples, né? Mas, cá entre nós, quantas toneladas de lixo foram geradas enquanto políticas mais robustas para evitar o problema não saíam do lugar? Só em 2023, estima-se que 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos foram produzidas no Brasil. E quanto disso foi reciclado? Apenas cerca de 4%. O resto? Bem, ele está nos bueiros que alagam a sua rua.
E os catadores, cadê o aplauso?
Um ponto positivo (porque a gente tenta ser otimista) é a inclusão dos catadores nos projetos. Afinal, são eles que há anos fazem o que ninguém quis fazer: reciclar na raça e sem suporte decente. Mas será que dessa vez eles receberão apoio real ou continuarão como os invisíveis heróis da cadeia produtiva do lixo?
As regras do jogo
Nada de projetos para cumprir metas obrigatórias de logística reversa – o governo deixou claro que quer "algo a mais". Traduzindo: quem já deveria reciclar por lei não pode usar isso para ganhar benefício. O que é justo, né? Agora resta saber quem vai ter coragem de colocar a mão na massa (ou no plástico, no vidro e no papelão).
Ah, e tem certificado anual para os bons alunos da reciclagem! Que tal um troféu de ouro reciclado para o maior incentivador?
De promessas a ações
Apesar do esforço do governo, é impossível ignorar que a reciclagem no Brasil ainda engatinha. As grandes metrópoles e as regiões periféricas, como as Baixadas, sofrem com as consequências da falta de gestão e planejamento. A portaria é um bom começo, mas será suficiente para reverter anos de descaso? Ou vamos continuar varrendo o lixo para baixo do tapete – ou melhor, jogando nos rios?
Fica o desafio: transformar a economia circular em realidade e, quem sabe, garantir que aquele plástico que boia nas ruas hoje vire algo útil amanhã. Porque, sinceramente, o povo já está cansado de se afogar na própria sujeira.
Por: Arinos Monge.
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