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O líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), disse nesta quarta-feira que processará todos os senadores que votarem a favor do trecho do relatório da CPI da Covid que trata do seu caso. Em versão preliminar do documento, que ainda vai a votação, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) pede que a Receita Federal investigue as empresas de Barros.
O relatório conclui que "irregularidades" indicam “uma prática própria de quem oculta a origem dos recursos (por exemplo, por corrupção)".
Nesta quarta-feira, o líder do governo marcou presença em sessão do Conselho de Ética da Câmara. Ele é alvo de representação do PSOL, que o acusa de quebra de decoro no contexto da aquisição da vacina indiana Covaxin. Segundo a legenda, Barros atuou no “começo, meio e fim” de negociação “eivada de suspeitas e ilegalidades”.
O relator do caso, Cezinha de Madureira (PSD-SP), pediu o adiamento da leitura de seu parecer, e então o colegiado aprovou a retirada de pauta.
— A investigação provou que eu não participei, e ele (Renan) insiste em fazer uma tese que não tem fundamento nenhum. Vai responder juridicamente. E os outros senadores que votarem a favor do relatório também, na sucessão. Ele, eu processo agora, quando ele divulga seu relatório. Os outros, eu processo depois, quando votarem a favor do relatório dele sabendo que não tem os elementos — afirmou Barros.
O líder do governo afirmou ainda que já avisou aos parlamentares sobre sua decisão de levar o caso à Justiça por abuso de autoridade e denunciação caluniosa. Também argumentou que não há “uma vírgula” que evidencie qualquer crime.
— Informarei a cada senador, vou tentar um destaque no plenário, mas se não tiver um senador que apresente, informarei a cada senador a minha defesa, o esclarecimento de que as ilações do relatório do Renan não se confirmaram. Eles podiam ter encontrado elementos de prova e colocado, mas não encontraram — acrescentou.
A CPI pediu a quebra de sigilo das empresas de que Ricardo Barros é sócio. Ele foi investigado pela comissão por ligação com as empresas que sustentaram a venda da vacina indiana Covaxin ao governo federal e por ter levado um empresário da Belcher Farmacêutica, interessada em vender imunizantes, para encontrar o ministro Marcelo Queiroga.
Entre as firmas citadas está a RC1 Incorporações, sociedade de Barros e sua esposa. A empresa auferiu receita bruta no valor de R$1,78 milhão em 2017, embora tenha um só funcionário e não tenha emitido nenhuma nota fiscal, segundo informações da CPI.
Outra empresa de Barros citada é a BB Corretora Ltda. "Com apenas 4 funcionários, a empresa faturou, somente em 2019, R$ 2.305.000,00, sem emitir qualquer nota fiscal. No mesmo período, distribuiu ao sócio Ricardo Barros R$ 1.850.110,00, a título de lucro/dividendo", registra a minuta do relatório.
Barros disse ainda que a aprovação do relatório não afetaria o seu papel como líder do governo na Câmara.
— Estou tranquilo, adorei o relatório, não tem uma vírgula do relatório que me comprometa. Zero. O presidente Bolsonaro já falou em entrevista que eu estou na liderança e conto com a confiança dele para conduzir as questões de governo. Isso é um circo. Vou repetir, é um circo. E um circo não vai influenciar as decisões do governo.
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