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O Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM), em sua última reunião de 2022, decidiu pela manutenção da taxa básica de juros no Brasil, a 13,75% ao ano. Desde setembro, o órgão financeiro já havia sinalizado a estratégia de manutenção de juros estáveis por tempo prolongado.
Porém, o Banco Central deverá ficar atento à política fiscal do novo governo. Em novembro, a equipe de transição anunciou a intenção de passar uma PEC para permitir que o governo Lula furar o teto de gastos em 2023.
A proposta visava manter o Auxilio Brasil em R$600 até o final do ano que vem e incluir um adicional de R$150 por criança de até seis anos. Para isso, o governo precisaria de R$70 bilhões adicionais aos R$105 bi já previstos para o Auxílio Brasil no Orçamento, além de atingir o mínimo constitucional de investimento em saúde, precisando de mais R$15 bilhões.
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou ontem (06/12), a liberação de apenas R$168,9 bilhões fora do teto de gastos — R$29 bi abaixo do valor proposto inicialmente.
Do interim aprovado, R$23,9 bilhões iriam para investimentos, enquanto R$145 bilhões seriam para o pagamento do Auxílio Brasil. O atual orçamento para 2023 já conta com R$105 bilhões para o programa de transferência de renda. Se for aprovada, mesmo com a destinação de mais R$145 bilhões, sobrariam recursos do programa em 2023.
Agora, as movimentações orçamentárias devem ficar no radar da trajetória de juros para o próximo ano. “O teto de gastos foi criado para evitar o crescimento da dívida pública, proibindo que os gastos do governo aumentem muito de um ano para outro, evitando assim descontrole da inflação”, comenta Lucas Sharau, especialista em mercados financeiros e assessor na iHUB Investimentos.
Além da situação local, o cenário externo também pode influenciar na curva da Selic. De acordo com um relatório divulgado pelo Credit Suisse, houve uma incipiente normalização nas cadeias de suprimentos e uma acomodação nos preços das principais commodities, o que deve levar a uma moderação das pressões inflacionárias relacionadas aos bens globais. Esse fator pode refletir nas decisões do Copom logo no início de 2023.
“A situação inflacionária mundial pode impactar diretamente no movimento dos juros brasileiros. O mundo está atento à situação econômica dos Estados Unidos e da Europa, além dos impactos das ações de covid zero na China, e os desenrolares da guerra entre Ucrânia e Russia que podem diretamente afetar os preços de segmentos específicos aqui no Brasil,” finaliza Sharau.
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