Semana da Pátria: o verdadeiro Patriotismo bate a nossa porta

Movimentos externos criam necessidades reais de mudança de concepção do termo, hoje distorcido.

Semana da Pátria: o verdadeiro Patriotismo bate a nossa porta

Por J. Perim

O furto da ideia de Patriotismo pela política partidária causou ainda maiores danos a um sentimento tão importante para o conjunto da população brasileira, sendo ela de direita, esquerda, de elite ou popular, pouco importa, pois qualquer um que ouse furtar o patriotismo por convocação política já é um traidor de um dos princípios basilares da Pátria: a pluralidade. 

Ou melhor, a expressão fundadora da noção de Pátria, "E pluribus unum", inscrita como lema da primeira República Moderna. 

Patriotismo é maior que a Nação, pois faz com que muitos imigrantes, forçados ou espontâneos, chegassem ao Brasil nos últimos 524 anos, vindos de diversas nações, carregando um sentimento de pertencimento a este conglomerado que chamamos Brasil. 

Quando estamos sendo representados no exterior, seja por nossos diplomatas, seja por nossos desportistas, seja por nossos artistas, ou por tantos outros famosos ou anônimos e estes ostentam na boca "Eu sou brasileiro", vestem-se com cores e bandeiras brasileiras, se revoltam quando erram o nome de nossa capital ou nossa língua nacional. Aí somos patriotas. 

Somos patriotas do verde amarelo de nossa bandeira e também do vermelho do pau-brasil, árvore que nos deu o nome do país e a profissão de pintores de vermelho (significado inequívoco da palavra brasileiro). Vestimos a camisa da seleção e comemoramos o grito do Ipiranga (Rio Vermelho). 

Também somos invadidos e miscigenados remanescentes e sobreviventes da grande invasão europeia à nossa terra e na África ancestral. Violência inicial de que fomos algozes e vítimas. Que nos fez fortes e resilientes. Não é de nós índole fazermos de vítimas quando somos vítimas, mas levantar dizer "agora f..." levantar a cabeça e seguir em frente. 

Patriotismo nunca está fora de moda, mas está sendo confundido com torcida organizada a destruir a cola que mantém nossa nação coesa e forte. 

O mundo multipolar é uma realidade estratégica em que não podemos negar existir e ficarmos desatentos às influências desagregadoras dentro do nosso convívio social. 

Vejamos dois momentos diferentes em que grupo político A ou B tomaram posições antagônicas um ao outro como Caim e Abel e esqueceram de sua Pátria. 

Independente de adesão política, é inadmissível que Venezuela use invadir nosso território nacional para alcançar Essequibo. 

É insano defender um magnata complexado enquanto ele se recusa retirar material instigando pedófilos, estupradores, assassinos e se acoberta destes crimes reais numa falsa defesa dos direitos de um grupo romper o Estado de Direito e promover uma carnificina.  

O que me preocupa mais é o descompromisso da classe política com a Res Publica (coisa pública). Estamos numa situação de risco iminente de uma guerra nuclear total. O Brasil, tradicionalmente, foi uma voz pacificadora. 

Quando no embate pelo clientelismo político e o enriquecimento especulativo e não fundeado da gangue da Faria Lima, substitui uma pausa de sobrevivência da humanidade.

Eu tento resumir o problema da seguinte forma, um conflito nuclear no hemisfério Norte gera um inverno nuclear de uns 50 anos. Ou seja, nenhuma luz, altíssimas doses de radiação capaz de matar qualquer ser em horas. Para que isso ocorra é necessário que 17 bombas de 16 Megatons explodam. São 37 alvos. São 13870 ogivas armadas e prontas por disparar que chegaram aos seus destinos entre 7 minutos e 1 horas e meia depois do acionamento. NÃO EXISTE DEFESA. 

Por outro lado, as mudanças climáticas não eram questões de opinião, mas um problema real que está a matar centenas de milhares por ano. Aí sai um bando de criminosos pondo fogo na mata. Esses que foram capturados não vão ser acusados de genocídio, mas o fogo que provocaram no passado l, matou 182 pessoas no Rio Grande do Sul, e 11.300 na Líbia entre outros. 

Uma ruptura do bolsão de metano contido na permafrost seria o fim da vida sobre a terra, salvo o tifo, pois nada respira a 52 atm de metano.

Assim, ser patriota é ser responsável pelo futuro humano e dos valores pátrios: integridade territorial, diversidade étnica, cultural e linguística, conservação das riquezas e valores nacionais (nossos bosques têm mais vida, nossa vida em teu seio mais amores), nossos símbolos (que não podem ser diminuídos pelas paixões partidárias). Ser patriota é pensar o bem da nação acima de qualquer picuinha política.

 

 

 

 

Por Ultima Hora em 04/09/2024
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