Shalom Dajialovski, Exalta Calor Humano Brasileiro e Potencial de Parceria Tecnológica Brasil-Israel

Em palestra na NB Premium, professor israelense destaca a import

Direto da NB Premium, o Jornal da República e Última Hora teve a honra de entrevistar Shalom Dajialovski, renomado professor israelense, especialista em inovação tecnológica e educação, que compartilhou suas impressões marcantes sobre o Brasil, as vastas oportunidades de colaboração bilateral e a necessidade crucial de um uso consciente e equilibrado da tecnologia em nossa vida cotidiana. Apesar das evidentes dificuldades com o idioma português, Shalom transmitiu uma mensagem poderosa, autêntica e inspiradora, permeada de sabedoria, calor humano e um profundo apreço pela cultura brasileira.

"Primeira coisa, desculpa de todo mundo aqui por causa do meu português muito, muito fraca e pobre, mas tentei exprimir o máximo que eu podia para passar uma mensagem", iniciou Shalom, demonstrando sua humildade e carisma contagiantes. Ele logo expressou sua admiração genuína pela qualidade ímpar do povo brasileiro, destacando um traço cultural distintivo que o cativou desde o primeiro momento: "O povo brasileiro é calor, cheio de calor humano. O calor humano dele conquista, atrai muitas pessoas de muitos lugares do mundo. Pessoas que me visitaram aqui da Europa, de Israel, ficaram apaixonados por brasileiros por causa de calor humano que eles têm. Essa é uma coisa." Shalom enfatizou que essa característica singular do povo brasileiro, a capacidade de acolher, de se conectar e de irradiar alegria e positividade, é um ativo inestimável que impulsiona a criatividade, a inovação e o desenvolvimento social.

Shalom também ressaltou o imenso potencial de uma parceria tecnológica estratégica e mutuamente benéfica entre Brasil e Israel, dois países que compartilham valores democráticos, um espírito empreendedor vibrante e uma busca incessante por soluções inovadoras para os desafios globais: "Israel hoje é um país um dos melhores países do mundo de tecnologia. Pode acontecer muita parceria, muito forte, volume, qualidade de parceria de tecnologia entre Israel e Brasil, no ramo de segurança pública e privada (cybersecurity, inteligência artificial aplicada à segurança), agricultura (irrigação inteligente, biotecnologia), todos os segmentos de agricultura e outras coisas, saúde (telemedicina, dispositivos médicos de última geração) e tudo mais. E tomara que eu vou ter uma honra para ajudar um pouquinho pelo menos para realizar esse vai e volta, essa troca de tecnologia e outros interesses entre Brasil e Israel." Ele mencionou áreas específicas como cybersecurity, smart agriculture e telemedicine como exemplos de setores onde a colaboração pode gerar resultados transformadores para ambos os países.

Um dos momentos mais memoráveis e impactantes da entrevista foi a reflexão perspicaz de Shalom sobre o uso excessivo e, por vezes, alienante de celulares e laptops, um fenômeno onipresente na sociedade moderna que ele observou de perto em um restaurante movimentado: "Eu vi que todo mundo está focado no celular ou laptop e ninguém está olhando para o prato dele. Ninguém! Eu procurei pelo menos um que vai olhar para o prato dele, porque isso ajuda para ficar, para satisfazer as pessoas. Pessoa que come e não olha para a comida, ele fica no final com fome, ele não fica satisfeito." Shalom explicou que a desconexão com o momento presente, a incapacidade de saborear os prazeres simples da vida, como uma refeição, pode levar a um estado de insatisfação crônica e a uma perda da capacidade de apreciar as pequenas alegrias do dia a dia.

Shalom compartilhou uma experiência marcante e reveladora que ilustra sua preocupação com o impacto da tecnologia em nossas vidas: "Eu vi uma mulher jovem, a única de 60, 70 pessoas, que o laptop dela foi desligado, fechado, e ela olhou para o prato dela, comeu. Eu levantei, cheguei até ela, falei para ela: 'Parabéns!'. Ela olhou para mim pensando que alguma coisa na minha cabeça... Ela ficou assustada. Olhe em volta de você, falei para ela, todo mundo, nenhum está olhando para o prato dele. A única que está olhando para o prato dela é você. Você, então eu não pude me segurar, levantei, cheguei até você para dar para você um parabéns, porque realmente você merece essa..." Ele enfatizou que o simples ato de prestar atenção ao que estamos fazendo, de nos conectarmos com o presente, pode trazer uma sensação de plenitude e contentamento que muitas vezes buscamos em vão nas telas de nossos dispositivos.

O professor israelense, com sua sabedoria e experiência, enfatizou a importância vital de não nos tornarmos escravos da tecnologia, mas sim de utilizá-la como uma ferramenta poderosa para aprimorar nossas vidas, fortalecer nossas conexões humanas e expandir nossos horizontes: "Não pode ser exagerado e escravo para esses aparelhos, tecnologia. Nem que seja melhor tecnologia. A tecnologia tem que ajudar para nós, ser escravo nosso e não nosso escravo dela. Um completar o outro, né? Concorda com você, um completar o outro." Ele defendeu um uso consciente, responsável e equilibrado da tecnologia, priorizando sempre o bem-estar humano, a saúde mental e a qualidade de nossas relações interpessoais.

Ao final da entrevista, Shalom revelou que, surpreendentemente, não possui perfis em redes sociais, uma escolha consciente que reflete sua filosofia de vida e seu compromisso com a autenticidade e a presença no momento presente. Ele explicou que seu trabalho é dedicado a construir pontes entre Brasil e Israel, a facilitar a transferência de conhecimento e tecnologia e a promover o desenvolvimento social e econômico de ambos os países: "Eu trabalhei, eu cheguei para o Brasil para dirigir escolas. Eu fui diretor da escolas em Israel, aqui também. Mais tarde eu passei para tentar trazer tecnologia para o Brasil e eu estou fazendo o meu trabalho até onde que eu posso. E tomara que eu vou ter essa... esse crédito colaborar um pouquinho com esse trabalho."

Shalom concluiu a entrevista expressando seu profundo amor pelo Brasil, sua gente acolhedora e sua cultura vibrante, reiterando seu compromisso de continuar trabalhando para fortalecer os laços entre os dois países: "Muitas pessoas me perguntam: 'Você não vai voltar para Israel?'. Eu falo: 'Eu gosto aqui, eu gosto do Brasil simplesmente'."

Por; Robson Talber/Repórter Dj Português 

Por Ultima Hora em 18/02/2025
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