Assine nossa newsletter e fique por dentro de tudo que rola na sua região.
"A situação do transporte de passageiros na cidade do Rio de Janeiro está completamente sem rumo".
É com essa definição que o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Sebastião José, classifica o serviço oferecido aos usuários pelas empresas e consórcios.
Para ele, a cidade apresenta um caos generalizado no transporte de passageiro por ônibus, que atende pouco mais de 80% dos usuários com uma frota sucateada, falida e sem perspetiva.
- Em minha opinião a única saída seria a realização urgente de uma nova licitação, já que esse modelo de organização do transporte através de consórcios, comprovadamente não deu certo, e quem paga o pato de toda essa desorganização é a população usuária e os trabalhadores do setor, que pagam um preço alto com essa falência - disse.
Sebastião afirma ainda que a solução será bastante demorada, já que o transporte é caro e ineficiente para quem paga e para quem recebe. Ele lembra ainda que em 2015 havia 35 mil rodoviários em atividade e, antes da pandemia, esse número passou para 24 mil.
Agora, depois da pandemia e do encerramento das atividades de cerca de 15 empresas só aqui na cidade do Rio de Janeiro, esse número caiu para 19 mil profissionais, trazendo enorme prejuízo para os usuários com a redução da oferta e opção de transporte; já que quando uma empresa fecha a porta, o consórcio só assume as linhas que ainda tem sobre vida e suprimindo as que são deficitárias.
- A visão que se precisa ter e não há, é que o primordial não é só dar lucro, e sim levar um meio de transporte eficiente as pessoas que precisam, sem deixá-las isoladas. Isso é uma situação gravíssima - destacou.
Já a situação dos trabalhadores do setor e cada vez mais humilhante, pois muitos vivem em sub-empregos, com os salários achatados, sem plano de saúde, cesta básica e ticket alimentação, acabando por se tornarem fragilizados e com dificuldade de reação, pois entendem que o setor está quebrado.
BRT não atende as necessidades dos usuários
Para o presidente do Sindicato, o BRT chegou com toda pompa de ser a salvação do transporte em massa, já que foi desenvolvido para ser um transporte rápido e econômico, mas que não cumpriu até o momento seu papel, pois não há uma manutenção eficiente da frota e nem peças de reposição, o que coloca os profissionais que lá atuam e principalmente os usuários, que diariamente disputam nas estações lotadas e sem nenhuma fiscalização, uma vaga nos coletivos.
- Esses articulados deveriam ser um exemplo, com carros limpos e fazendo a integração com outros modais, mas não funciona adequadamente por total abandono do poder público - denuncia.
Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!