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DA REDAÇÃO - O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, avisou a ministros do governo Bolsonaro que suspendeu a divulgação do manifesto "A praça é dos Três Poderes".
Paulo Skaf foi nomeado pelo presidente da República de extrema-direita, Jair Bolsonaro (Sem partido), para o Conselho da República no 19 de fevereiro deste ano. A nomeação foi publicada no DOU (Diário Oficial da União). Na ocasião, o presidente da Fiesp, que vai deixar a presidência da entidade após 15 anos, afirmou: “Fiquei honrado com o gesto e servirei nossa nação sempre que for preciso”, declarou.
A divulgação estava prevista para esta terça-feira (31), e o documento faria críticas à crise institucional entre os poderes Executivo e Judiciário.
O motivo da suspensão foi a reação do próprio governo, que ameaçou retirar o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal dos associados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Skaf, que é aliado de Bolsonaro, ligou para ministros comunicando a suspensão e buscando informar que a intenção, com a elaboração do manifesto, era fazer um alerta para os chefes dos três poderes sobre a necessidade de se dialogar e focar em pautas de interesse do país.
O presidente da Fiesp disse aos assessores de Bolsonaro que o objetivo não era mandar um recado só para o Executivo, mas também para Judiciário e Legislativo.
O papel do Conselho da República é assessorar o presidente em momentos de crise. O colegiado é responsável por pronunciar-se em caso de intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio.
Avaliação no governo
Dentro do governo, porém, a avaliação é outra. Segundo assessores presidenciais, uma das versões do manifesto trazia recados claros na direção do presidente Jair Bolsonaro, com a participação principalmente de membros da Febraban. Essa versão, porém, foi alterada e o documento final buscava distribuir responsabilidades entre todos os poderes.
A informação chegou ao Palácio do Planalto por intermédio do presidente da Caixa, Pedro Guimarães. Ele sugeriu que a Caixa e o Banco do Brasil deixassem a entidade se o manifesto fosse divulgado com a assinatura da Febraban.
Segundo ele, não faz sentido dois bancos públicos participarem de uma entidade que criticaria publicamente o governo. A ideia foi acatada por Bolsonaro e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, a quem os dois bancos públicos são subordinados.
A ameaça do governo não agradou empresários. Para eles, é mais uma demonstração de como o governo Bolsonaro não aceita críticas e acaba retaliando os que se colocam em campo diferente do Palácio do Planalto.
Como a reação tanto no governo como no empresariado cresceu, Skaf, que articulou a publicação do manifesto que já tinha a adesão de mais de 300 entidades, decidiu suspender a publicação do documento.
Skaf é um aliado do presidente Bolsonaro, mas estaria mandando sinais de insatisfação com o Palácio do Planalto. Agora, busca adiar o manifesto para tentar evitar um confronto com o governo federal. (Com informações do G1 e do Poder360)
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