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O Tatuador Raphael Lopes, ex-catador de latinhas e ambulante natural de Ubatuba, litoral de São Paulo, foi obrigado a se reinventar durante a pandemia de COVID-19 assim como milhares de profissionais de diversas áreas.
Seu estúdio no Rio de Janeiro, que antes vivia repleto de clientes e também funcionava no modelo de coworking para tatuadores, teve que suspender as atividades por tempo indeterminado. Porém os pedidos de orçamento não paravam de chegar.
Em meio à uma onda de incertezas sem precedentes, o tatuador redefiniu sua operação, utilizando os devidos processos de biossegurança, agendando apenas atendimentos privados, e viu seu faturamento chegar aos 7 dígitos anuais.
“Meu atendimento está intrinsecamente ligado à minha trajetória e por isso ele se desenhou como um ato de conexão, de troca e de acolhimento”, ele diz. Com o tempo, Lopes refinou seu processo de atendimento incorporando elementos de psicanálise e se posicionando como um artista que registra histórias de vida na pele.
UMA TRAJETÓRIA DE CRIATIVIDADE E REINVENÇÃO
Sua história de sucesso vem de uma jornada que não começou agora. Das areias de Ubatuba, onde com apenas 7 anos de idade já trabalhava cerca de 14 horas por dia com artesanato, tatuagens de henna e reciclagem, Raphael sentia que seus sonhos eram maiores que suas circunstâncias.
Após se mudar para o Rio de Janeiro com 15 anos de idade, conhecer Amanda que logo se tornaria sua esposa e ingressar na faculdade de desenho industrial, Lopes viu mais uma vez a vida girar 360 graus quando descobriu que seria pai. O sonho deu espaço à realidade e ele teve que deixar a faculdade onde era bolsista.
Trabalhando como vendedor, ele reencontrou a tatuagem ao saber que um antigo colega tinha mudado de vida ao se tornar tatuador. Resistente no começo, sua esposa Amanda foi a grande virada de chave, foi ela quem presenteou Raphael com sua primeira máquina de tatuagem.
“NÃO É TERAPIA, MAS É TERAPÊUTICO”
“Eu acredito que a arte cura, que a arte salva, resgata e transforma. E mais do que isso: vivi isso na minha própria pele”, aprofunda o tatuador.
Seu primeiro atendimento foi em sua casa, um “quarto e sala”. Apesar do espaço simples, a experiência para os seus clientes foi pensada cuidadosamente desde o seu “day one”. O tatuador brinca que seu atendimento é o seu “super-poder”, já que seus clientes chegam até ele sem saber o que vão tatuar e podem, sem culpa, transferir essa responsabilidade para o artista, que cuidadosamente ouvirá suas histórias e criará uma obra de arte sob medida com elementos específicos que se conectam entre si e de modo que o projeto esteja à altura da trajetória representada.
“Meu atendimento começa com uma entrevista onde busco saber qual história meu cliente realmente quer contar. Para isso, uso técnicas como Rapport e a Associação Livre, deixando-o confortável para falar”, explica.
Suas obras de arte na pele impressionam pela capacidade artística e algo comum entre elas é a presença de um elemento central, o “self”, algo que representa o cliente dentro da sua própria história.
RESULTADOS QUE IMPRESSIONAM
Prestes a inaugurar seu ateliê de frente para a praia da Barra da Tijuca (RJ), o artista Raphael Lopes se tornou visado por algumas das maiores empresas do mundo e hoje é Embaixador da La Roche-Posay, marca do grupo L’Oréal e líder no seu segmento, além de ter sido anunciado como Jurado e Pro Master Artist do primeiro reality show de tatuagem do Brasil, a ODD List.
Atendendo clientes de todos os lugares do mundo – a maioria vem somente com o objetivo de ser tatuado – O custo de um projeto assinado pelo tatuador varia entre 30 e 100 mil reais.
Quando perguntado sobre motivações e planos para o futuro, Lopes conclui: “Eu acredito que toda pessoa é uma longa história que merece ser registrada, meu desejo é ser instrumento para isso, e fazer o máximo para conseguir”, concluiu.
Para acompanhar esse artista/empresário visionário, siga-o nas redes sociais: @raphafons
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