Assine nossa newsletter e fique por dentro de tudo que rola na sua região.
Por centenas de gerações os seres humanos tentaram subjugar seus inimigos e adversários, irrogando terror, miséria e dor. Agiram assim pois são sensações mais neutralizantes que podiam memorar frequentemente; bastando um aperto de um gatilho ou o corte da lâmina de uma espada.
Porém, ao passo que nosso entendimento do espiritualismo ou da psique se desenvolvia, conseguimos compreender coisas mais complexas e tornando o entendimento sobre elas; sobre a vida; o dia dia, mais fácil.
Governos e donos de Big Techs já entenderam isso e nos lançam, nos conduzem a clicarmos em links, fotos, clickbait, entre outros chamarizes e assim sendo nos prendem através de altas doses de dopamina.
Dessa forma, acreditem, o prazer é uma arma "limpa", rápida e eficaz; uma forma de inutilizar o inimigo tão eficaz quanto a dor. Lembra do primeiro parágrafo?
E a ferramenta mais prazerosa de dominação de mentes, como uma arma de influência sobre a massa, talvez esteja hoje instalada no seu smartphone, sim no seu celular e chama-se TikTok.
O TikTok se tornou historicamente o aplicativo com maior êxito, com maior sucesso. Em 2017 de forma bem modesta e sem alarde sobreveio de outro aplicativo chinês de compartilhamento chamado Douyin. E pasmem, em três anos se tornaria o aplicativo mais baixado do mundo, superando assim até mesmo o Google que até então detinha este domínio absoluto, óbvio. Por ser até os dias atuais a página de busca mais acessada .
O Avanço na conquista da atenção dos usuários conseguida pelo aplicativo foi favorecida principalmente durante o ano de 2020, muito por conta dos lock-downs, no período da pandemia. Há quem pense que foi mera sorte ou algo assim, mas está muito enganado e desconhece ou não percebeu como o design do software é consideravelmente e irresistivelmente viciante. Pois diferente de outras plataformas populares como Twitter e o Facebook que para aprimorar o engajamento e manter o usuário conectado o maior tempo possível gerando algoritmos de recomendação e aprimorando o conteúdo principal, o TikTok usa o próprio algoritmo de recomendação como produto principal.
Não é necessário ter qualquer lastro de redes sociais em seu celular ou selecionar qualquer interesse seja ele qual for para que o aplicativo desde o início de seu manuseio já se adapte a temas de seu interesse, apenas começar a assistir os vídeos e pular aqueles que não despertarem seu interesse instantâneo já é o suficiente.
Provavelmente adestrando-se através da captação de suas expressões faciais e espionando seus hábitos, utilizando o "machine-learning" que é o aprendizado de máquina que é a forma também utilizada pelo algoritmo For You, um algoritmo proprietário.
A duração dos vídeos é muito curta, bem mais que plataformas tradicionais como o próprio YouTube que teve que se adaptar criando os "Shorts", sendo assim o software se adapta muito mais rápido às suas reações e ações dentro dele, gerando assim mais conteúdos de seu interesse, mantendo-o muito mais tempo nesta plataforma que nas restantes. Seu algoritmo obtém informações se adestrando ao usuário tão velozmente que age exclusivamente para te satisfazer e prendê-lo cada vez mais.
Resultando assim uma sistematização dificilmente superável capaz de ler você de uma forma que, após lê-lo, te entrega vídeos na intenção de te viciar.
Materiais produtivos e edificantes tais como matérias jornalísticas de campo, vídeos de aprendizado como por exemplo "como aprender tal coisa"; "como construir tal coisa", entre outros neste mesmo nível são propositalmente colocados à margem. Favorecendo assim conteúdos inúteis, como dancinhas e outras de péssimo gosto e exemplo para os mais jovens, levando-os a arriscarem suas vidas e desafios absurdos. Porém todos hipnotizantes, entorpecedores fornecidos propositalmente pelo algoritmo For You.
Muitos dos TikTokers mais populares do Brasil, como Beca Barreto, Vanessa Lopes, Maria Clara Garcia, Maria Paula Marques, Lucas Abreu, Juliano Floss e Nilson Neto, fazem pouco mais do que dançar as famosas dancinhas de Tik-Tok.
Individualmente, esses vídeos são inofensivos, porém o algoritmo não se contém em mostrar apenas um vídeo. Ao ser sinalizado que chamou sua atenção, ele dobra tudo o que fez para obtê-la mais e te manter na plataforma. Permitindo assim que ela alimente suas obsessões, suas compulsões trazendo a tela do seu aparelho repetidas e repetidas vezes conteúdos hipnóticos, fortalecendo cada vez mais a sua marca em sua mente.Podendo ser conteúdos nocivos como automutilação, distúrbios alimentares, entre outros.
Existem evidências de que a exposição a esse tipo de conteúdo pode causar doenças psicogênicas em massa. Recentemente os pesquisadores identificaram um novo fenômeno em que meninas saudáveis que assistiram a clipes de pessoas com Tourette desenvolveram tiques semelhantes aos deles.
Uma forma frequente pela qual o TikTok promove comportamentos irracionais é por meio de tendências virais e desafios, nos quais as pessoas se engajam em atos específicos de tolice com a esperanças de se tornarem populares na plataforma. Essas atividades incluem lamber privada, cheirar protetor solar, comer frango cozido com NyQuil (xarope) e roubar carros. Alguns desafios, como o "licks tortuosos", encorajam crianças a vandalizar propriedades enquanto o "desafio do apagamento", no qual as crianças se sufocam intencionalmente com utensílios domésticos já resultaram em diversas mortes, incluindo a de uma menina de 12 anos ocorrida a poucos dias.
Embora as tendências problemáticas do TikTok sejam preocupantes, o maior risco do aplicativo está em sua natureza viciante. Devido às suas características de design e algoritmos, o aplicativo é projetado para manter os usuários assistindo e rolando seus vídeos por horas a fio. Embora ainda não existam estudos de longo prazo sobre o vício em TiTok, podemos conjecturar através de pesquisas sobre o vício em smartphones e internet em geral para prever os possíveis efeitos negativos em usuários habituais.
Pesquisas mostram que o vício em celulares pode levar a redução da massa cinzenta no cérebro e à "demência digital", um termo usado para descrever a ansiedade, depressão, deterioração da memória, da capacidade de atenção e da auto-estima, além do aumento do controle de impulsos que leva ao agravamento da compulsão. Esses são problemas geralmente associados à dependência na internet de uma forma geral. No entanto, há algo no TiTok que o torna especialmente perigoso.
Para mantermos e desenvolvermos as faculdades mentais como capacidade de atenção, foco e memória, é seriamente necessário manter sua utilização. E evitar ao máximo aplicativos que estimulam o contrário disso, como o próprio TikTok entre outros.
Pois além de qualquer outro aplicativo o TikTok foi arquitetado para te dar o que você quer naqueles minutos ou horas imerso na plataforma e sem requerer praticamente nada além de sua atenção. E não interessa a plataforma quem você segue ou deixa de seguir, seu único e exclusivo interesse é mantê-lo o maior tempo possível nela.
A confiança dos desenvolvedores é tamanha no aprendizado de máquina (machine-learning) em vez da entrada do usuário, que justamente com a brevidade dos clipes que demandam memória e atenção mínima, tornando a experiência de navegação no aplicativo extremamente passiva e pouco interativa em comparação com outros principais aplicativos do gênero.
Se a passividade no uso de conteúdo online é o que causa a atrofia das faculdade mentais, sendo assim naturalmente o aplicativo mais usado de forma passiva causará uma atrofia bem maior seguramente.
Já há diversos relatos preocupantes de muitos usuários habituais do software que reclamam em sites e fóruns de discussão sobre a perda de capacidade mental, um fenômeno agora conhecido como "cérebro TikTok."
Se os sinais já estão se tornando aparentes, imagine o que o vício no aplicativo fará com os jovens cérebros que não terminaram o processo de mielinização. Imagine como será o desenvolvimento daqui a algumas décadas.
A habilidade da plataforma de seduzir e retardar as pessoas tanto instantaneamente ao incentivar comportamentos tolos quanto a longo prazo ao diminuir as funções cognitivas, deve ser ponderadas em relação ao seu potencial como nova forma de arma que busca desabilitar os adversários não através da dor e do terror, como iniciei este artigo, mas através do prazer e distração.
No mês anterior o chefe do FBI, Chris Wray, fez um alerta sobre o aplicativo, disse que o TikTok está sob controle do governo chinês e que poderia ser utilizado para fins de influência. Dessa forma é possível que uma dessas operações de influência inclua a dependência dos jovens ocidentais em conteúdos entorpecentes, a fim de produzir uma geração de indivíduos sem discernimento?
Um peso, duas medidas, como citou o filósofo Sócrates?
A primeira indicação de que o Partido Comunista Chinês tem conhecimento sobre a influência negativa do TikTok nas crianças é que o aplicativo é proibido para elas. Lá elas têm acesso apenas ao Douyin, que é uma versão chinesa do aplicativo.
Tristan Harris, especialista em ética tecnológica americana, relatou que o Douyin é uma versão "alimento saudável" do TikTok, onde as crianças veem experimentos científicos e vídeos educativos, além de outros conteúdos tão saudáveis quanto, em vez de conteúdos inadequados.
Além disso, este outro software só é acessível para as crianças 40 minutos por dia e não é permitida a utilização entre 22h e 6h.
Será que o Partido Comunista Chinês implementou essas medidas para proteger seu povo do que pretendem exportar ao Ocidente?
Ao examinar as doutrinas filosóficas por trás das restrições, fica evidente que acreditam que aplicativos como TikTok tornam pessoas estúpidas, mas também que podem exercer seu domínio sem gatilhos e sem espada, apenas nos entorpecendo e idiotizando, fazendo-nos remeter a um período incomparavelmente brutal da qual os chineses foram vítimas. Falo do período da guerra do ópio. Período triste na História daquele país, ocasionado por atos desumanos da Inglaterra, provocando o vício no povo chinês, forçando-os muita das vezes a consumir o entorpecente para obter mais lucros.
Será revanche, ressentimento ou coincidências nesse xadrez mundial?
Penso que devemos seguir o exemplo deles, dos chineses, e proteger pelo menos nossas crianças desses conteúdos tão idiotizados, tão nocivos que apenas as tornam mais dependentes e cognitivamente inferiores. E num mundo com mudanças tão avassaladoras como as IAs cada vez mais avançadas, essa nossa missão é pra ontem.
Vamos Juntos?
Por Leo Paes mamoni / Imagem: redes
Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!