TRF-4 desafia Toffoli e anula todos os atos de Appio na Lava Jato

Tribunal Regional Federal da 4

TRF-4 desafia Toffoli e anula todos os atos de Appio na Lava Jato

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) determinou a anulação de todos os atos assinados pelo juiz Eduardo Appio na 13ª Vara Federal de Curitiba, alegando suspeição em casos relacionados à Operação Lava Jato. 

Segundo a Carta Capital, a decisão do TRF-4 de anular os atos de Appio foi formalizada na noite da quarta-feira (6), poucas horas depois de o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, invalidar todos os elementos suspeitos de prova obtidos no acordo de leniência da Odebrecht no âmbito da Lava Jato. Toffoli também afirmou que a prisão do presidente Lula em 2018 foi uma "armação", enfurecendo aliados do ex-juiz suspeito Sergio Moro no Judiciário. 

Appio foi afastado  da 13ª Vara no dia 22 de maio deste ano, após o desembargador federal Marcelo Malucelli ingressar com uma representação contra o magistrado alegando que seu filho, João Eduardo Barreto Malucelli, teria recebido ameaças por telefone. O tribunal teria indícios de que Appio seria o responsável pelo telefonema, o que é negado por ele. 

Appio, em um de seus despachos na 13ª Vara, levantou preocupações sobre a legalidade do acordo de leniência da Odebrecht e defendeu uma investigação pelo Tribunal de Contas da União, Polícia Federal e Corregedoria Nacional de Justiça. Atualmente, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está conduzindo uma correição extraordinária na 13ª Vara e no TRF-4, que são os tribunais responsáveis pela Lava Jato na primeira e na segunda instâncias, respectivamente. 

O magistrado também contestou a gravação ilegal da cela do doleiro Alberto Youssef, ocorrida em 2014. e reavaliou o tratamento dado ao advogado Rodrigo Tacla Duran, ex-representante da Odebrecht, revogando sua prisão preventiva.

"Logo em seguida, porém, Marcelo Malucelli tomou uma decisão que, na avaliação de Appio, restabeleceu a ordem de prisão contra Duran”, destaca a reportagem da CartaCapital. 

A decisão do tribunal de Porto Alegre assentou-se em dois fundamentos principais, informa o Blog de Esmael Morais. Inicialmente, o tribunal contestou a admissibilidade dos diálogos revelados pela "Vaza Jato" como material probatório em casos criminais. Essa postura do TRF4 está em flagrante contraste com a decisão anterior do ministro Toffoli, que não só validou esses diálogos, mas também fez referência ao irmão do desembargador Loraci Flores, o delegado Luciano Flores, envolvido na Lava Jato.

Adicionalmente, o TRF-4 decidiu pela validade das provas obtidas do sistema Drousys da Odebrecht. Este ponto é especialmente relevante porque entra em conflito direto com uma declaração anterior de Toffoli, que considerou essas mesmas provas como nulas e, portanto, inadmissíveis em processos criminais.

Por Ultima Hora em 10/09/2023

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