Tríplice indicação: Oscar reconhece 'Ainda Estou Aqui' e coloca ditadura brasileira em foco mundial

Obra que retrata os horrores da ditadura militar concorre nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Roteiro Adaptado, levando o Brasil ao centro do palco do cinema mundial

O cinema brasileiro alcança mais uma vez o reconhecimento internacional com o filme "Ainda Estou Aqui", dirigido por Selton Mello. A obra, que aborda de forma contundente o período da ditadura militar no Brasil, acaba de receber três indicações para o Oscar 2026, incluindo a prestigiada categoria de Melhor Filme. Este feito histórico não apenas coloca o país em evidência na maior premiação do cinema mundial, mas também reacende importantes discussões sobre um capítulo sombrio da história nacional.

A atriz Fernanda Torres, indicada na categoria de Melhor Atriz, entrega uma performance magistral ao interpretar Dona Eunice em sua fase adulta. Sua atuação, aliada à de Fernanda Montenegro, que dá vida à personagem em idade mais avançada, cria um retrato multifacetado e emocionante de uma mulher marcada pelos traumas do regime militar. O trabalho conjunto das duas Fernandas, mãe e filha na vida real, adiciona camadas de profundidade e autenticidade à narrativa.

Selton Mello, além de dirigir, também atua no filme, compondo um elenco estelar que eleva a produção a patamares internacionais. A indicação na categoria de Melhor Roteiro Adaptado ressalta a qualidade narrativa da obra, que consegue traduzir para as telas a complexidade e a dor daquele período histórico de forma visceral e impactante.

"Ainda Estou Aqui" não é apenas um filme, mas um importante documento histórico que serve como um poderoso lembrete dos horrores da ditadura. A obra desafia aqueles que ainda tentam justificar ou minimizar os crimes cometidos durante esse período, oferecendo um "soco no estômago" necessário para a sociedade brasileira. É um chamado à reflexão e um alerta contra o esquecimento.

Mesmo que o filme não conquiste as estatuetas douradas, as três indicações já representam uma vitória significativa para o cinema nacional. Este reconhecimento coloca o Brasil no centro das discussões artísticas e políticas globais, reafirmando a importância de se contar histórias que desafiam o status quo e preservam a memória coletiva.

Vale ressaltar que tanto Fernanda Torres quanto Fernanda Montenegro têm uma conexão especial com o Rio de Janeiro, sendo torcedoras do Fluminense e ex-moradoras da Ilha do Governador. Este detalhe adiciona um toque de orgulho carioca à já celebrada conquista nacional.

O Brasil aguarda ansiosamente a cerimônia do Oscar, na esperança de que "Ainda Estou Aqui" possa trazer para casa não apenas as estatuetas, mas também um reconhecimento mundial da qualidade e da relevância do cinema brasileiro contemporâneo.

Com informações Wagner Victer

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