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Por Carlos Arouck
Seis semanas após assumir a presidência pela segunda vez, Donald Trump subiu ao púlpito do Congresso com um discurso forte, carregado de promessas e marcado pelo tom confiante que seus apoiadores conhecem bem. Para ele, esse é o começo de uma “era dourada” para os Estados Unidos. O plenário estava atento — alguns entusiasmados, outros apreensivos. O presidente reforçou que “a América está de volta” e não poupou palavras ao descrever as mudanças que já colocou em prática e as que ainda estão por vir.
Trump fez questão de destacar que, em pouco mais de um mês no cargo, assinou mais de 100 decretos presidenciais e tomou cerca de 400 ações executivas — um número impressionante para tão pouco tempo. Segundo ele, essas medidas têm um único objetivo: devolver aos americanos o que lhes foi tirado nos últimos anos.
Entre as principais mudanças, ele citou a revogação de regulamentações ambientais e trabalhistas da era Biden, a implementação de um congelamento de contratações no governo federal e a criação de uma nova classificação de funcionários, permitindo demissões mais rápidas. Para Trump, essas ações são essenciais para reduzir a burocracia e tornar o governo mais eficiente. Para seus críticos, representam um enfraquecimento de direitos e proteções conquistadas a duras penas.
A fronteira sul sempre foi um dos temas mais quentes na agenda de Trump, e agora, de volta ao poder, ele não perdeu tempo. Uma de suas primeiras ordens foi declarar Emergência Nacional, mobilizando o Exército e a Patrulha de Fronteira para conter o que chama de “invasão”.
Ele celebrou os resultados até agora, afirmando que os cruzamentos ilegais caíram para o menor nível histórico. Também destacou as operações do ICE, que já ultrapassaram mil prisões diárias e devem chegar a 1.500. Além disso, suspendeu processos de refúgio por quatro meses e revogou vistos humanitários. A estratégia parece estar surtindo efeito: segundo ele, países como México, Colômbia e Venezuela começaram a cooperar e aceitar deportados — possivelmente por pressão econômica.
Em um dos momentos mais aplaudidos do discurso, Trump prometeu o que chamou de “os maiores cortes de impostos da história americana”. Ele garantiu que essa medida será uma prioridade do Congresso Republicano nas próximas semanas.
O presidente também anunciou incentivos para empresas que trouxerem sua produção de volta aos EUA, eliminando tarifas para fábricas construídas no país. E, em uma jogada ousada no comércio internacional, sugeriu tarifas recíprocas de 25% sobre aço e alumínio importados, protegendo a indústria americana. A mensagem foi clara: quem quiser vender nos Estados Unidos, terá que jogar de acordo com suas regras.
Trump também voltou sua atenção para a chamada “guerra cultural”. Ele anunciou o fim das políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) em agências federais e proibiu cirurgias de mudança de gênero para menores. Além disso, determinou que documentos oficiais reconheçam apenas dois gêneros: masculino e feminino.
Outra grande mudança veio com a criação do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), que será liderado por Elon Musk. Sob a nova política, funcionários federais terão que justificar suas atividades semanalmente, sob risco de perderem seus cargos. Até agora, mais de 75.000 funcionários já foram demitidos.
No cenário internacional, Trump afirmou que os EUA estão reavaliando seu papel. Ele mencionou negociações de paz com a Rússia e medidas para reduzir a influência da China no Canal do Panamá. Além disso, anunciou o fim do financiamento americano à Organização Mundial da Saúde (OMS), dizendo que os EUA não devem sustentar organizações que, segundo ele, não colocam os interesses americanos em primeiro lugar.
Em meio às questões políticas e econômicas, Trump fez um anúncio inesperado: quer levar a bandeira americana até Marte. Para ele, a exploração espacial é mais do que um projeto científico — é uma questão de poder e soberania.
O discurso foi recebido de forma previsível: seus apoiadores vibraram, seus críticos se alarmaram. Para os republicanos, Trump está cumprindo suas promessas e devolvendo o país ao caminho que deveria seguir. Para os democratas, suas ações são radicais e potencialmente perigosas.
O que ninguém pode negar é que Trump está agindo rápido e sem hesitação. Seu governo começou com força e, se depender dele, essa intensidade não diminuirá tão cedo. Os próximos meses prometem ser decisivos para o futuro político dos Estados Unidos — e o mundo estará assistindo.
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