Um em Cada 16 Pacientes da Covid-19 Desenvolveu Doença Mental até Três Meses após a Infecção, Aponta Estudo

Por Coluna Vanessa Fontana

Um em Cada 16 Pacientes da Covid-19 Desenvolveu Doença Mental até Três Meses após a Infecção, Aponta Estudo

Um estudo realizado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, revelou que um em cada 16 pacientes com Covid-19, que nunca teve uma doença mental anteriormente, pode ser diagnosticado com transtorno mental dentro de três meses após a infecção. Esse risco aumenta para o dobro nos casos em que os pacientes precisaram ser hospitalizados. Os resultados dessa pesquisa, ainda não revisada por pares, foram publicados na plataforma científica MedRxiv. Transtornos de ansiedade foram os mais comuns, mas casos de depressão, insônia e até mesmo demência foram identificados.

O estudo realizado em Oxford teve como objetivo investigar a associação entre infecção por Covid-19 e o desenvolvimento de doenças mentais. A pesquisa analisou um grande conjunto de dados, cobrindo mais de 69 milhões de registros médicos eletrônicos de pacientes nos Estados Unidos, abrangendo um período de até seis meses pós-infecção pela Covid-19.

Os resultados revelaram que um em cada 16 pacientes que não tinham histórico prévio de doença mental foi diagnosticado com alguma forma de transtorno mental após contrair o vírus SARS-CoV-2. Além disso, foi observado um maior risco entre aqueles que precisaram de hospitalização durante o tratamento da Covid-19.

Os transtornos de ansiedade foram os mais comuns identificados nesses pacientes, seguidos pela depressão e insônia. Embora menos frequente, houve também relatos de casos de demência associada à infecção por Covid-19. Essas descobertas destacam a importância de considerar os impactos psicológicos causados pela doença, além das consequências físicas.

A relação entre a Covid-19 e os transtornos mentais pode ser atribuída a vários fatores. O estresse emocional causado pela doença em si, a incerteza em relação ao tratamento e às perspectivas de recuperação, o isolamento social e os efeitos dos tratamentos farmacológicos podem contribuir para o desenvolvimento dessas condições.

O estudo da Universidade de Oxford destaca a necessidade de monitoramento e cuidado com a saúde mental dos pacientes que se recuperam da Covid-19. Um em cada 16 pacientes com infecção pelo vírus pode desenvolver um transtorno mental, especialmente aqueles que necessitaram de hospitalização. É fundamental que os profissionais de saúde estejam atentos aos sinais e sintomas dessas doenças e ofereçam suporte adequado aos pacientes.

Além disso, é essencial promover a conscientização sobre a importância do cuidado com a saúde mental e buscar formas de mitigar os efeitos psicológicos adversos causados pela pandemia. Medidas de apoio psicológico, tanto durante o tratamento da Covid-19 quanto no período pós-recuperação, podem ajudar a minimizar os impactos negativos e auxiliar na recuperação integral dos pacientes.

É necessário que a sociedade como um todo reconheça a importância de cuidar da saúde mental durante essa crise sanitária, oferecendo suporte e compreensão aos indivíduos afetados. Somente através de uma abordagem integral, que considere tanto a saúde física quanto a saúde mental, poderemos enfrentar os desafios impostos pela pandemia da Covid-19 com resiliência e empatia.

A crescente incidência de transtornos mentais entre os pacientes de Covid-19 é uma preocupação importante, pois essa condição pode contribuir para um aumento dos casos de ataques e violência. As consequências psicológicas da doença, aliadas aos desafios sociais, econômicos e pessoais impostos pela pandemia, podem desencadear ou agravar problemas de saúde mental em muitas pessoas.

Quando os indivíduos enfrentam estresse, ansiedade, depressão e outros transtornos mentais, eles podem ter dificuldade em lidar com suas emoções e podem apresentar comportamentos impulsivos e agressivos. O isolamento social prolongado, a perda de entes queridos, o medo da contaminação e das incertezas em relação ao futuro são apenas alguns dos fatores que contribuem para o aumento dos níveis de estresse e fragilidade mental.

Esses fatores, combinados com a falta de suporte adequado e recursos para cuidar da saúde mental, podem levar a uma deterioração da saúde emocional e comportamental das pessoas. O aumento da violência doméstica, dos ataques verbais e físicos, bem como da agressão em contextos sociais, pode ser um reflexo direto dessas tensões e conflitos internos.

Além disso, é importante destacar que as medidas restritivas adotadas durante a pandemia, como o distanciamento social e o confinamento, podem contribuir para um aumento da violência e do estresse psicológico. O convívio constante em um ambiente restrito e a falta de recursos externos para enfrentar as dificuldades podem gerar tensões e conflitos em famílias e relacionamentos, resultando em comportamentos violentos.

Para lidar com essas questões, é fundamental promover estratégias de promoção da saúde mental, como o acesso a serviços de apoio psicológico adequados e acessíveis, o estabelecimento de redes de apoio sociais e comunitárias, e a conscientização sobre a importância do autocuidado e do respeito mútuo. Além disso, a sociedade como um todo deve combater o estigma associado aos transtornos mentais, promovendo uma cultura de compreensão e empatia em relação aos desafios enfrentados pelos indivíduos afetados.

Enfrentar o aumento da violência e proteger a saúde mental é um desafio que requer esforços conjuntos de governos, profissionais da área da saúde, comunidades e indivíduos. Ao reconhecer a importância da saúde mental e tomar medidas apropriadas para apoiar e cuidar uns dos outros, podemos reduzir os riscos de comportamentos violentos e trabalhar em direção a uma sociedade mais saudável, resiliente e solidária.

 

Por Ultima Hora em 01/11/2023
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