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Por J. Perim
Conforme artigo publicado pelo Última Hora no domingo, Macron se manifestou formalmente como se esperava, declarando indiretamente o não reconhecimento das eleições de 7 de julho ao qual a oposição fora vencedora, aumentando a crise que já era sem precedentes, e colocando em risco até a democracia francesa.
Leia: França em ruínas: Macron quer usar escalada de guerra para se manter no poder derrubando a democracia? - Ultima Hora Online https://www.ultimahoraonline.com.br/noticia/franca-em-ruinas-macron-quer-usar-escalada-de-guerra-para-se-manter-no-poder-derrubando-a-democracia
Franceses já falam abertamente em ser no mínimo uma tentativa de golpe de Macron e seu grupo.
Em comunicado recém-divulgado, Macron expressamente rejeitou um governo liderado pela Nova Frente Popular (FNP). Ele explica isso pelo fato de que sua "responsabilidade é garantir que o país não seja bloqueado nem enfraquecido", argumentando que se nomeasse um governo do FNP, logo seria censurado pelo parlamento e destituído.
Pode ser o caso, mas ainda assim esse fato terrivelmente inconveniente permanece: o partido de Macron obteve muito menos votos e parlamentares do que o FNP, mas é o partido de Macron que ainda está comandando o governo francês, e é o próprio Macron fazendo escolhas sobre quem pode ou não assumir o poder com base no que ele acha que "enfraqueceria a França" ou não. É uma loucura quando você pensa sobre isso.
Em resposta, o “França Insubmissa” - principal força política da coalizão do FNP. emitiu também um comunicado declarando que estaria promovendo um processo de Impeachment contra Macron em razão de não ter honrado os resultados eleitorais.
Eles também convocam um movimento de protesto por toda a França.
Esta é uma tradução do “contra-comunicado” da França Insubmissa:
"O Presidente da República acaba de tomar uma decisão de excepcional gravidade. Ele não reconhece o resultado do sufrágio universal que colocou a Nova Frente Popular no topo das votações. Ele se recusa a nomear Lucie Castets como Primeira-Ministra.
Ele invoca 'estabilidade institucional'. Não cabe a ele fazer isso, mas ao parlamento alcançá-lo. Mais um abuso de poder! E o que ele quer dizer? Ele encontrou outra maioria parlamentar disponível? Do que, ou de quem, ele está falando?
Nessas condições, a moção de impeachment será apresentada pelos deputados Insoumis à mesa da Assembleia Nacional, de acordo com o artigo 68 da Constituição.
E qualquer proposta para uma primeira-ministra que não seja Lucie Castets estará sujeita a uma moção de censura. A gravidade do momento exige uma resposta firme da sociedade francesa contra o incrível abuso de poder autocrático do qual é vítima.
O movimento Insoumis propõe que sejam realizadas marchas pelo respeito à democracia. Expressa o desejo de que todas as organizações ligadas à democracia se unam para enfrentar e obrigar o presidente a reconhecer o resultado das eleições."
Como nota final, esteja ciente de que um procedimento de impeachment tem extrema probabilidade de ser bem-sucedido, pois eles precisariam de 2/3 de todos os parlamentares votando a favor. Então, o registro da moção de impeachment já é amplamente simbólico.
Fora isso, o mundo tem se escandalizado com a prisão do CEO e fundador do Telegram em solo francês, indicando que Macron está atrás das informações circuladas pelo aplicativo, visto que além de estar sendo muito utilizado na guerra da Ucrânia por Russos, pelos palestinos para divulgar fatos e imagens do conflito, hackers também conseguiram informações sensíveis de Israel e EEUU.
Antes de pousar seu avião na França, Pavel Durov esteve em encontro com Putin no leste europeu para negociar seu retorno a Rússia.
França vai pegar fogo? Veremos de acordo com o andamento da situação, até agora impossível de prever, dependendo das forças que estão em jogo.
NA IMPRENSA DOMESTICADA
O presidente francês Emmanuel Macron descartou nomear um governo de esquerda para acabar com o impasse político do país, dizendo que isso seria uma ameaça à "estabilidade institucional".
Macron vem buscando, em rodadas sucessivas de negociações, um novo primeiro-ministro desde que as eleições de julho deram à aliança de esquerda a maioria dos assentos no parlamento, mas não o suficiente para governar.
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