Assine nossa newsletter e fique por dentro de tudo que rola na sua região.
Última Hora, diretamente do plenário das comissões da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), ocorreu uma audiência pública sobre a questão da doutrina religiosa nas escolas públicas do estado. O evento atraiu participantes de diversas regiões e contou com a presença do dirigente umbandista Vaguinho Macumba, que também debateu o tema.
Durante a audiência, Vaguinho apresentou sua experiência pessoal, relatando um caso que envolveu seu filho na cidade de São Gonçalo. Segundo ele, a professora da escola onde seu filho estudantil que os alunos escrevessem um versículo da Bíblia após as aulas. Esse proselitismo religioso, segundo Vaguinho, configura uma violação dos direitos dos alunos, uma vez que a imposição de uma fé específica não reflete a diversidade religiosa presente na sociedade.
“Fomos até a diretoria da escola e nos manifestamos contra essa prática, que é crime. Nossa posição é favorável a essa imposição, mesmo que exista uma decisão judicial a respeito. Esse tipo de ensino contribui para a intolerância religiosa e nós, religiosos de matrizes africanas, somos frequentemente os mais afetados e perseguidos”, declarou.
Vaguinho Macumba enfatizou que o ensino religioso, tal como está atualmente estruturado, não contempla a pluralidade das existentes no estado do Rio de Janeiro e, portanto, não deve se confundir com a doutrina. Ele defendeu a importância de um ensino laico nas escolas, onde as crianças possam se desenvolver sem a imposição de uma fé específica.
“Sou contra o ensino religioso nas escolas. Se for para existir, que seja de maneira laica ou facultativa. Os pais devem ter a opção de escolher se desejam ou não matricular seus filhos nessa disciplina. No meu caso, posso afirmar que nenhum dos meus filhos será matriculado nesse tipo de ensino, pois não há respeito à diversidade religiosa”, afirmou.
Ao final de sua fala, Vaguinho deixou uma mensagem de esperança e união para a comunidade umbandista. “Nós, umbandistas, contribuímos significativamente para o avanço da humanidade. Estamos presentes nas áreas mais vulneráveis do nosso estado e país, atendendo a todos, independentemente de credo, raça, cor ou religião. Essa é a essência da Umbanda: amor, caridade e respeito ao próximo. Saravá a todos e todas!”, concluiu.
A audiência pública evidencia a preocupação crescente com a relação entre educação e religião nas escolas, destacando a necessidade de um debate aberto e respeitoso sobre o tema.
Por Jéssica Porto e Robson Talber/ Repórter Ralph Lichotti
Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!